O maior grupo varejista da Europa, Carrefour, adotou a tecnologia blockchain para rastrear e monitorar frango, ovos e tomates enquanto os produtos são transportados de fazendas para lojas, e implantará o sistema em todas as linhas de produtos frescos nos próximos anos.
LEIA MAIS: Carrefour quer vender 5 bi de euros em orgânicos até 2022
O gigante francês de varejo disse que o sistema foi desenvolvido pela IBM, que está trabalhando com outros varejistas e empresas de logística e produtores para a implantação da tecnologia.
O IBM Food Trust permite que a indústria acompanhe e compartilhe informações sobre como os produtos são cultivados, processados e transportados. A tecnologia reduz o tempo de verificação de proveniência da comida de dias ou semanas para segundos, disse a IBM.
O secretário-geral do Carrefour, Laurent Vallee, disse que o grupo ampliará o uso do sistema sobre 300 produtos frescos em todo o mundo até 2022, assegurando uma cadeia de suprimentos segura e permitindo que os clientes confiem nos alimentos que vende.
“O principal para nós, como Carrefour, é poder dizer, quando há uma crise, que temos a tecnologia blockchain, para que possamos rastrear e contar a história dos produtos”, disse ele à Reuters.
VEJA TAMBÉM: Carrefour deve investir R$ 1,8 bi no Brasil em 2019
Surtos de salmonela ligados a ovos e aves são um grande desafio para a indústria alimentícia. Quase 207 milhões de ovos de uma fazenda possivelmente contaminada com a bactéria no Estado norte-americano da Carolina do Norte foram recolhidos em abril. Enquanto isso, o número de casos de envenenamento por salmonela na União Europeia está aumentando.
As empresas globais pagarão cerca de US$ 212 mil por ano pelo uso total do Food Trust, que agora está disponível em todo o mundo, disse a IBM.
Ainda assim, a adoção em massa da tecnologia pode enfrentar obstáculos, disse Simon Ellis, da empresa de pesquisa de mercado IDC. “Os esforços para convencer os produtores a participar não serão poucos”, disse ele.
No ano passado, 10 empresas de varejo e de alimentos, incluindo Nestlé, Unilever e Tyson Foods aderiram ao projeto da IBM.