O dólar avançava levemente ante o real na manhã de hoje (21), com cautela ligada à reforma da Previdência, após entrega do projeto de aposentadoria dos militares ao Congresso na véspera, e ainda repercutindo as decisões do Federal Reserve e do Copom de ontem (20).
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Às 10:56, a moeda norte-americana avançava 0,34%, a R$ 3,7789 na venda. Na véspera, a divisa norte-americana recuou 0,61%, a R$ 3,7661 na venda, o menor fechamento desde 28 de fevereiro. O dólar futuro rondava a estabilidade.
Na quarta-feira, o governo entregou ao Congresso o projeto de reforma previdenciária dos militares, que prevê economia de R$ 10,45 bilhões em 10 anos, bem abaixo dos mais de R$ 90 bilhões que foram divulgados pela equipe econômica quando apresentaram a PEC dos civis.
A diferença entre os valores, que se deve à incorporação no projeto de uma reestruturação de carreira e benefícios à categoria, gerou cautela entre investidores e mal-estar entre parlamentares.
O anúncio do nome do relator para a reforma dos civis na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, previsto para esta quinta-feira, foi adiado à espera de um “esclarecimento” do governo sobre o projeto dos militares, informou a liderança do PSL na Casa.
Segundo o operador de câmbio da Advanced Corretora Alessandro Faganello, o número, que veio abaixo do esperado, levanta “risco de pleitos mais intensos, assim por dizer, possam ser feitos por outras categorias, resumindo, a equipe econômica terá que usar do seu poder de convencimento e diálogo, em suas conversas com o Congresso e seu presidente”.
Nesta quinta-feira, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, admitiu que haverá pressão de outras categorias para ajuste salarial, mas descartou a possibilidade de isso acontecer.
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Internamente, a alta do dólar é limitada pela decisão do Fed, enquanto no exterior, a divisa norte-americana avança quase 0,5% frente a uma cesta de moedas.
Na véspera, o Fed sinalizou que não promoverá mais altas de juros em 2019, classificou a inflação como “fraca” e rebaixou as estimativas de crescimento dos EUA, mas melhorou o cenário para o mercado de trabalho no longo prazo.
Do lado doméstico, o Copom manteve, como era esperado, a Selic no piso histórico de 6,50%, mas trouxe novidades ao indicar em seu comunicado que o balanço de riscos para a inflação está simétrico.
A decisão, a primeira com Roberto Campos Neto no comando da autoridade monetária, tira o impedimento explícito que o BC vinha apontando para possivelmente diminuir os juros à frente.
Agentes financeiros agora aguardam a ata do Copom, que será divulgada na próxima terça-feira (26), em busca de mais detalhamentos, inclusive sobre a atuação de Campos Neto.
O Tesouro divulgou nesta quinta-feira que fará emissão no mercado externo do Global 2029, bônus denominado em dólares com vencimento em 28 de maio de 2029, com resultado a ser divulgado no final do dia.
Ainda nesta sessão, o BC realiza leilão de até 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril, no total de US$ 12,321 bilhões.
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