A Apple removeu um aplicativo que ajudou manifestantes de Hong Kong a rastrearem os movimentos da polícia, dizendo que era usado para emboscar autoridades policiais – um movimento que segue fortes críticas à gigante de tecnologia dos EUA por um jornal estatal chinês por permitir o software.
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A decisão de excluir o aplicativo HKmap.live, que reúne os locais de policiais e manifestantes, de sua loja de aplicativos, mergulha a gigante da tecnologia na crescente tensão política entre a China e os manifestantes que também enlaçou outras empresas dos EUA e Hong Kong.
A Apple aprovou o aplicativo apenas na semana passada, depois de rejeitá-lo no início deste mês. O jornal oficial do Partido Comunista Chinês chamou o aplicativo, na terça-feira (8), de “venenoso” e criticou o que disse ser a cumplicidade da companhia em ajudar os manifestantes de Hong Kong.
A empresa criada por Steve Jobs disse em comunicado divulgado ontem (9) que iniciou uma investigação imediata depois que “muitos clientes preocupados em Hong Kong” entraram em contato para falar sobre o aplicativo e a Apple descobriu que havia colocado em risco policiais e moradores.
“O aplicativo exibe a localização de policiais e verificamos, junto ao Departamento de Crimes de Cibersegurança e Tecnologia de Hong Kong, que ele foi usado para atacar e emboscar autoridades e ameaçar a segurança pública. Criminosos usaram o aplicativo para vitimizar residentes em áreas onde eles sabem que não há aplicação da lei”, divulgou.
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A Apple não comentou além da declaração. A empresa também removeu o BackupHK, um aplicativo separado que serviu como um espelho do aplicativo HKmap.live.
No Twitter, uma conta que se acredita pertencer ao desenvolvedor do aplicativo, disse que discordava da decisão da Apple e não havia evidências para apoiar as alegações da polícia de Hong Kong de que a ferramenta havia sido usada em emboscadas.
“A maioria das análises de usuários na App Store sugere que o HKmap MELHOROU a segurança pública, e não o contrário”, afirmou.
Nem o Ministério das Relações Exteriores da China nem o escritório de informações do Conselho de Estado comentaram o assunto quando perguntados sobre a remoção do aplicativo HKmap.live. A polícia de Hong Kong também não fez nenhuma declaração.
Em uma ação separada, a Apple também removeu o aplicativo de notícias Quartz de sua App Store na China porque as autoridades chinesas disseram que ele violava as leis locais.
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O presidente-executivo da Quartz, Zach Seward, disse à publicação de tecnologia “The Verge” em um comunicado: “Nós abominamos esse tipo de censura governamental à internet e temos uma ótima cobertura de como contornar essas proibições em todo o mundo”.
O jornal “People’s Daily” criticou a Apple na terça-feira, dizendo que a empresa não tinha um senso de certo e errado e que ignorou a verdade. A disponibilização do aplicativo na App Store de Hong Kong estava “abrindo a porta” para manifestantes violentos na ex-colônia britânica, escreveu o jornal.
O aplicativo HKmap.live foi retirado da loja de aplicativos da Apple globalmente ontem, mas continuou a funcionar para usuários que o haviam baixado anteriormente em Hong Kong, informou a Reuters. Uma versão da web também ainda estava visível nos iPhones.
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