A Nestlé, uma das maiores processadoras de alimentos do mundo, acredita que o crescimento populacional exigirá que as dietas humanas sejam adaptadas, reduzindo o consumo de açúcar, sal e carne, disse um executivo da empresa ontem (23).
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“Temos 7,5 bilhões de pessoas e a população continua crescendo, então há uma necessidade de se comer mais vegetais, cereais, e menos açúcar, produtos à base de carne“, disse Laurent Freixe, vice-presidente executivo e chefe de operações da Nestlé nas Américas.
Os recursos naturais limitados no planeta e os crescentes índices de obesidade, um problema de saúde pública, estão por trás das mudanças que Freixe vê como necessárias. Ele também mencionou a crescente conscientização das pessoas a respeito do processo de produção de alimentos e questões como o trabalho infantil e o desmatamento, especialmente pertinente no Brasil.
A produção de carne, principalmente bovina, é uma significativa contribuinte para as emissões de carbono, citadas por cientistas como as grandes culpadas pelo aquecimento global.
“Trabalhamos constantemente na reformulação de nossos produtos”, disse o executivo a jornalistas antes de um evento em São Paulo com estudantes universitários dos quatro países do Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O evento é parte de um programa de carreira patrocinado pela empresa.
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Freixe também disse que a conscientização pública está crescendo em todo o mundo em relação às matérias-primas utilizadas na produção de alimentos, o que representa um desafio para todos os grandes processadores alimentícios.
“Há muito mais sensibilidade sobre o assunto em todos os lugares, não apenas na Europa ou nos Estados Unidos.
Estamos em um mundo conectado, as pessoas têm acesso à informação, os consumidores querem saber de onde vêm as matérias-primas, se elas foram produzidas de forma ética”, afirmou.
A Nestlé é uma grande compradora global de café, açúcar, cacau e leite, entre outras commodities, além de significativa compradora de café e açúcar brasileiros.
Segundo a empresa, ela diz claramente a fornecedores que não compra matérias-primas produzidas em áreas recentemente desmatadas ou onde trabalho infantil tenha sido identificado.
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“O ponto de interrogação é: como fazer isso acontecer? Porque há milhões de agricultores em tantos países”, disse o executivo. “Quando há indicação de um problema, nós investigamos. Se confirmado, cortamos o fornecedor”, acrescentou.
Os incêndios florestais e o desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, aumentaram acentuadamente neste ano, gerando uma onda de críticas em todo o mundo a respeito de como o governo brasileiro está gerindo a situação.
Empresas de alimentos de atuação global também foram pressionadas por consumidores e ativistas a evitar a obtenção de mercadorias em locais onde as florestas foram desmatadas recentemente.
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