A Petrobras reforçou hoje (1) seu foco em duas das quatro áreas que serão ofertadas no leilão dos excedentes da cessão onerosa, em 6 de novembro, segundo afirmação do presidente da petroleira estatal, Roberto Castello Branco.
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A empresa já havia manifestado interesse de operar Búzios e Itapu, na Bacia de Santos, com 30% de participação, exercendo um direito garantido por lei nas áreas do pré-sal.
Questionado se só fará ofertas por Búzios e Itapu, o executivo afirmou: “Só, isso é público, nós já manifestamos interesse”.
Ele disse ainda que “um dos pilares estratégicos da Petrobras é disciplina na alocação de capital”.
“Isso já foi demonstrado no leilão anterior, que aconteceu há pouco tempo, em outubro, e coerente com isso manifestamos interesse só em Búzios e Itapu”, afirmou o executivo, a jornalistas.
Em tese, há a possibilidade de lances pelos outros dois blocos, Sépia e Atapu.
Ao ser questionado pela Reuters se a Petrobras poderia ir para os leilões buscando participação minoritária em Sépia e Atapu, além do certame do dia 7, ele deixou aberta a possibilidade, sem elaborar cometários.
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Considerando apenas a participação declarada da Petrobras, segundo autoridades, isso já garante o sucesso do leilão, por incluir o bloco de Búzios, cujas reservas totais o configuram como a maior em áreas marítimas do mundo, segundo o Castello Branco.
O campo de Búzios já está em operação pela Petrobras, que tem o direito de explorar 3,15 bilhões de barris de óleo equivalente no ativo, volume já declarado comercial pela petroleira, a partir do contrato original da cessão onerosa.
Os volumes excedentes ao contrato de Búzios encontrados na área, cujos números não foram revelados, serão ofertados na licitação da próxima semana, por R$ 68,2 bilhões em bônus de assinatura.
Já Itapu teve declaração de comercialidade de 350 milhões de barris de óleo equivalente e seus volumes excedentes serão ofertados por R$ 1,77 bilhão.
O campo de Búzios entrou em operação em 2018 e em agosto registrou produção diária de 340.783 barris de petróleo e 13.224 milhões de metros cúbicos de gás natural, segundo dados da agência reguladora ANP.
Além de Búzios e Itapu, serão ofertados os blocos Sépia e Atapu, cujos bônus de assinatura somam R$ 22,9 bilhões e R$ 13,7 bilhões, respectivamente.
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Dessa forma, o bônus total das quatro áreas que serão leiloadas na cessão onerosa foi fixado em R$ 106,6 bilhões, o que pode fazer da licitação a maior de áreas de petróleo do mundo, segundo autoridades brasileiras.
RENEGOCIAÇÃO DO CONTRATO
A afirmação de Castello Branco foi feita durante cerimônia para a assinatura de termo aditivo ao contrato de cessão onerosa, que prevê o pagamento de cerca de R$ 35 bilhões à Petrobras, após uma ampla renegociação com a União que durou cerca de seis anos e estava prevista no acordo original, assinado em 2010.
Os recursos garantem caixa para a Petrobras participar da licitação.
“Finalmente teremos o leilão dos excedentes da cessão onerosa, que é o maior leilão de petróleo do mundo, com ativos de classe mundial. Temos inclusive o campo de Búzios, que é o maior campo de petróleo ‘offshore’ do mundo”, disse Castello Branco, chamando a assinatura do termo como uma “grande vitória”.
O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, comemorou a assinatura do termo nesta sexta-feira e destacou a expectativa de grande participação na rodada, apesar de duas empresas (Total e BP) das 14 habilitadas inicialmente para a rodada terem publicado suas desistências.
“Se pegarmos as duas áreas que a Petrobras já manifestou interesse e já garante o sucesso do leilão, estamos falando de R$ 70 bilhões, isso é mais do que todos os bônus de assinatura já pagos na história do Brasil e o dobro dos bônus de assinatura pagos no mundo inteiro entre 2016 e 2018”, afirmou Oddone, durante a cerimônia.
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Caso apenas Total e BP tenham desistido da rodada, apenas outras nove empresas poderão liderar consórcios na rodada. Além das duas, as petroleiras Petrobras, Exxon, Shell, Chevron, CNODC, CNOOC, Equinor, Galp e Petronas foram habilitadas pela ANP para participar como operadoras da rodada.
Outras três petroleiras, Ecopetrol, Qatar Petroleum e Wintershall também foram aprovadas para participar, mas apenas como membros não operacionais de consórcios.
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