Depois de despencar mais de 1% na sessão anterior, marcada por amplo apetite por risco no mundo, o dólar sofria ajuste e passava a subir contra o real, com os investidores também atentos à ata do Copom divulgada hoje (17).
Às 10:58, o dólar avançava 0,29%, a R$ 4,0729 na venda. O dólar futuro de maior liquidez subia 0,31% neste pregão, a R$ 4,0765.
LEIA MAIS: Dólar volta a romper suportes e fecha na maior queda desde outubro
Segundo Cleber Alessie Machado, operador da Commcor, o pior desempenho da moeda brasileira nesta sessão é apenas um ajuste após a valorização acentuada do dia anterior. “É natural que o movimento dê alguma acomodada”, disse. “É normal ter uma queda expressiva, como a que vimos ontem, acompanhada por alguma correção.”
Outras divisas que sofrem em momentos de maior incerteza também corrigiam para baixo nesta sessão, como dólar australiano, lira turca, dólar neozelandês e dólar canadense.
Na segunda-feira (16), o dólar fechou em baixa de 1,15%, a R$ 4,0613 na venda, no menor patamar para um encerramento desde 5 de novembro, com o apetite por risco impulsionado pelo arrefecimento das tensões comerciais globais na semana passada e por dados melhores da China. Um índice de moedas emergentes bateu o maior patamar desde julho.
Depois de mais de um ano de conflitos, os Estados Unidos e a China amenizaram sua guerra comercial na sexta-feira (13), anunciando a “fase um” de um acordo que reduz algumas tarifas dos EUA em troca do aumento das compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos.
No entanto, disse Machado, “agora carecemos de detalhes sobre a data e o local de assinatura e detalhes sobre o próprio acordo. O mercado gostaria de ter isso carimbado, e, enquanto isso não acontecer, o real pode perder um pouco de fôlego”.
VEJA TAMBÉM: Dólar tem queda ante real com repercussão de acordo EUA-China
A possibilidade de novos cortes de juros no Brasil também amparava o ajuste de alta do dólar ante o real nesta sessão. Mais cedo, o Banco Central divulgou a ata da última reunião de política monetária – ocorrida na semana passada, quando houve corte de 0,50 ponto percentual da Selic, para nova mínima histórica de 4,50%.
“Avaliamos que o Copom efetuará um corte adicional na próxima reunião se o cenário base de dissipação do choque e de retomada gradual da economia se confirmarem no início do próximo ano”, disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em nota a clientes.
Juros mais baixos reduzem a atratividade da renda fixa brasileira aos olhos dos estrangeiros o que pode implicar menos fluxo cambial e, assim, menor oferta de dólares.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.