O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje (2) que irá retomar imediatamente tarifas norte-americanas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina.
“O Brasil e a Argentina têm promovido uma forte desvalorização de suas moedas, o que não é bom para nossos agricultores. Então irei, imediatamente, retomar as tarifas sobre todo aço e alumínio embarcado para os EUA a partir desses países”, escreveu Trump no Twitter.
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Ele também pediu que o Federal Reserve impeça que países tomem vantagem econômica com a desvalorização de suas moedas.
“Vou conversar com o (ministro da Economia) Paulo Guedes hoje ainda. Se for o caso, vou ligar para o presidente Donald Trump”, afirmou Bolsonaro em entrevista à rádio Itatiaia.
“Não vejo isso como retaliação. Vou conversar com ele para ver se não nos penaliza com a sobretaxa no preço do alumínio. A ligação dele, no Twitter dele, é a questão das commodities, a nossa economia basicamente vem das commodities, é o que nós temos. Espero que tenha o entendimento dele, que não nos penalize no tocante a isso, e tenho quase certeza de que ele vai nos atender”, acrescentou.
Mais cedo, Bolsonaro já havia dito que poderia conversar com o presidente dos Estados Unidos a respeito da decisão anunciada pelo líder norte-americano de que vai retomar tarifas sobre importações de metais do Brasil.
“Se for o caso, ligo para o Trump, eu tenho um canal aberto com ele”, disse Bolsonaro, que é um admirador declarado do presidente norte-americano, em entrevista a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada.
Já o Ministério de Relações Exteriores da Argentina informou que iniciará negociações com o governo dos EUA após a decisão de Trump.
Procurados, representantes do Instituto Aço Brasil (IABr), que representa os produtores da liga no país – entre eles Gerdau, Usiminas e CSN – não puderam comentar o assunto de imediato.
Segundo dados da entidade, os EUA são o maior destino das exportações brasileiras. Em 2018, o Brasil vendeu ao exterior 16 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, das quais 6,6 milhões para os EUA. Em dólares, o total exportado correspondeu a US$ 9,65 bilhões, dos quais US$ 3,85 bilhões foram para os EUA.
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Analistas do JP Morgan afirmaram que não consideram “material para Gerdau, Usiminas e CSN” a taxação norte-americana. “O volume destino pelas três principais companhias do setor (destinado aos EUA) já estava muito baixo e, em nossa visão, não é material.”
Apesar disso, os analistas citaram que a Ternium, que tem uma grande usina siderúrgica instalada no Rio de Janeiro, “pode ser mais afetada por conta de suas exportações de placas para os EUA”.
As ações da Gerdau subiam 0,5%, Usiminas tinha ganho de 0,8% e CSN mostrava ganho de 3%. O Ibovespa mostrava variação positiva de 0,9% às 11h45.
Também procurada, a associação de produtores de alumínio do Brasil, Abal, afirmou que desde 1º de junho do ano passado as exportações brasileiras de produtos de alumínio para os EUA são sobretaxadas. “Esse acerto foi ratificado no ano passado com o governo Trump, quando este abriu a possibilidade de substituir a sobretaxa por cotas limitadas de exportação. Na época, optamos pela sobretaxa e seguimos assim desde então”, afirmou a Abal.
Segundo a Abal, o Brasil exportou de janeiro a outubro deste ano 119,5 mil toneladas de produtos de alumínio, das quais 52 mil para os EUA. Desse volume, 47 mil toneladas pagaram a sobretaxa de 10%.
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