A empresa de educação Cogna teve lucro líquido ajustado de R$ 51,6 milhões no quarto trimestre de 2019, queda de 73% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados na madrugada de hoje (31), com pressões no ensino superior e aumento de provisões.
No mesmo período, o resultado medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 9,5%, para R$ 535 milhões, com a margem Ebitda passando de 30,8% para 27,7%.
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De acordo com a companhia, os números refletiram pressões no Ensino Superior além do provisionamento adicional de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) no período e a reclassificação de custos editoriais na Educação Básica.
A Cogna disse que tomou a decisão de aumentar a PCLD no último trimestre de 2019 em R$ 181 milhões acima do que já seria provisionado, citando efeitos extraordinários que impactaram o histórico de perdas em 2019 e incertezas ligadas à pandemia da Covid-19 na capacidade de pagamento dos alunos.
Excluindo ajustes com amortização do intangível e a mais-valia de estoques, a Cogna teve prejuízo de R$ 168,3 milhões, contra lucro de R$ 87,9 milhões um ano antes.
Em análise pro forma, a Cogna teve prejuízo líquido ajustado de R$ 1,2 bilhão, contra lucro líquido de R$ 191,8 milhões um ano antes, refletindo ajustes ligados ao cronograma diferente de pagamento do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) em 2019.
A média das projeções compiladas pela Refinitv mostrava expectativa de lucro de R$ 508,5 milhões e Ebitda de R$ 1 bilhão.
A receita líquida ficou quase estável (+0,5%), a R$ 1,9 bilhão, com o reconhecimento de receitas do PNLD 2020 e início do reconhecimento do valor anual de contrato (ACV) 2020 da Somos sendo compensados pelas mudança de mix no ensino superior e maior evasão.
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A Cogna reportou geração de caixa operacional antes dos investimentos (capex) de R$ 489,1 milhões (de R$ 378,8 milhões um ano antes) e depois de capex de R$ 367,4 milhões (de R$ 171,2 milhões um ano antes).
No último trimestre do ano passado, a Cogna investiu R$ 121,8 milhões, sendo a maior parte em desenvolvimento de conteúdo e sistemas e licenças de softwares (59%).
O fluxo de caixa livre somou R$ 405,5 milhões no quarto trimestre, ante resultado negativo de R$ 4,9 bilhões no mesmo período de 2018.
“A companhia ainda conta com R$ 233 milhões de caixa referentes ao PNLD que impactarão positivamente o resultado de 2020, dos quais ao menos R$ 142 milhões já foram recebidos no primeiro trimestre de 2020”, afirmou.
CAPTAÇÃO
A Cogna disse que o processo de captação do primeiro semestre de 2020 permanece aberto, com a conclusão prevista para abril. “Até a paralisação das unidades presenciais em razão do alastramento da Covid-19, a maior parte do processo havia sido concluído com resultados bastante satisfatórios.”
A empresa comunicou, no entanto, que já notou diminuição no ritmo de captação nessa fase final em razão das limitações impostas de circulação e com o fechamento das unidades. Mas reforçou que continua trabalhando em diversas iniciativas para mitigar os impactos, como a adoção de vestibulares online.
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No quarto trimestre, a companhia tinha uma base de 821.609 alunos no ensino superior, contra 856.197 no último trimestre de 2018, sendo que apenas na graduação a base ficou em 780.396 de 815.332 estudantes um ano antes.
“A variação negativa de 4% da base de alunos reflete o maior número de formaturas observadas no período em razão das fortes safras de captação verificadas em 2014 e 2015, além da mudança no perfil da base, com a redução no número de alunos Fies e com o aumento dos alunos matriculados na modalidade 100% online de ensino a distância.”
A taxa de evasão no quarto trimestre subiu para 6% de 3,1% nos últimos três meses de 2018, na graduação presencial. No EAD, caiu para 5%, de 8,9% um ano antes.
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