Falei recentemente sobre o negócio de alimentos com Shalabh Shalabh, líder do setor de produtos de consumo diário da LatentView Analytics, empresa que usa análise de dados e inteligência artificial para identificar tendências antes que elas surjam. A FORBES questionou o que a análise da companhia revelaria sobre o futuro da indústria alimentícia em 2019.
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Metodologia
A LatentView Analytics obteve os resultados pela análise dos seguintes dados:
– volume de discussões na internet sobre alimentos, ponderado pelos benefícios mais populares hoje, como alternativas para o leite, veganismo, sustentabilidade
– número e popularidade de influenciadores que se concentram em um produto e nos benefícios associados a ele
– novos registros de patentes, financiamento de investidores de risco e outros sinais iniciais
– atividade geral de um produto, como o número de locais em que é vendido, troca de impressões entre consumidores e o número de avaliações positivas de clientes
O que significa
Os dados sobre a popularidade crescente dos alimentos apontados como tendência pela LatentView Analytics são irrefutáveis – os consumidores estão cada vez mais interessados em cada um deles. A análise da empresa também aponta as tendências passageiras e as sustentáveis. Mas, na indústria de alimentos, notoriamente modesta e de consumidores volúveis, ninguém pode dizer quanto uma tendência vai durar. O certo é que ouviremos mais sobre esses produtos em 2019:
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GettyImages 1. CBD
Quase toda semana de 2018 viu surgir uma startup com a proposta de usar o CBD (canabidiol) como ingrediente. Para quem não está familiarizado, esse é um produto não alucinógeno da planta cannabis, e legalizado em todos os estados dos EUA. Muitas bebidas, alimentos, produtos para alívio da dor e cuidados com a pele já usam o CBD, que seria benéfico em todos os produtos.
O que não vemos em muitas startups é uma estratégia exclusiva de entrada no mercado, o que me faz questionar a viabilidade dessas empresas. Ter um plano para usar bem o Facebook e o Instagram na atração de consumidores custa caro. Trata-se de um ambiente em que há muita distração e concorrência, por isso é difícil captar e prender a atenção dos consumidores.
Startups com apelo único, capaz de atrair consumidores para seu site ou aplicativo sem gastos com Facebook e Instagram, têm vantagem. Elas precisam de investimento menor para atingir uma escala lucrativa. Não vemos muitas dessas, mas algumas têm chamado a atenção — e o capital — de grandes players. A Coca-Cola e a Molson Coors negociam com fabricantes de produtos com infusão de CBD para joint ventures e investimentos.
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GettyImages 2. Semente de lírio de água
É um superalimento indiano tradicional conhecido como phool makhana, que os consumidores norte-americanos têm visto como um nutritivo lanche vegan, paleo, sem glúten. Contém proteína e contribui para a perda de peso. É promovido como snack por duas marcas indianas dos EUA. O lançamento destes produtos fez com que o interesse do consumidor on-line aumentasse mais de 300%.
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GettyImages 3. Leite de aveia
Se você já esteve em um café na Costa Leste ou Oeste, onde quase todos os clientes têm menos de 35 anos, a chance é alta de terem oferecido a você leite de aveia. Não se trata exatamente de leite, mas de um líquido feito de caldo de aveia que serve de alternativa à lactose. E agora está chegando ao mercado embalado por grandes marcas. Neste mês, a Quaker Oats, da Pepsico, lança o Quaker Oats Beverage, sua versão do leite de aveia.
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GettyImages 4. Óleo MCT
É uma destilação de coco e outras fontes naturais que, acredita-se, impulsiona a energia e a atividade cerebral. O interesse pelo óleo MCT explodiu depois de ser adotado como suplemento nas dietas paleo e keto. Agora, os produtos com o óleo são promovidos como meios para perda de peso. Por não ter sabor ou odor, também pode ser usado como um aditivo no café, smoothies e outras bebidas.
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GettyImages 5. Siraitia
É feito a partir de um pequeno melão sub-tropical e natural. É usado principalmente em pó, como substituto do açúcar. Também é conhecido como Lo Han Guo.
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GettyImages 6 Carne-seca vegana
Cresce geometricamente devido ao recente aumento de 600% no interesse pelo veganismo nos EUA. Os ingredientes principais mais importantes da carne-seca vegana são berinjela, coco, cogumelo, alga marinha e soja. Eles estão amplamente disponíveis em inúmeras variedades.
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GettyImages 7. Vinho de laranja
É batizado de um modo um tanto estranho, já que na verdade é feito de uvas, não de laranjas. É chamado “vinho de laranja” porque as uvas permanecem em contato com a casca durante o processo de fermentação, e isso afeta a cor da bebida. Sem aditivos, agrada aos consumidores interessados em alimentos mais naturais, menos processados. Já foi adotado por marcas de luxo como o Ritz em Londres, bem como a varejista de alimentos ASDA (receita superior a US$ 25 bilhões), o que indica que está ganhando espaço no mercado.
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8. Espirulina
É um pó feito de algas verde-azuladas. Acredita-se rico em proteínas, vitaminas, minerais, carotenóides e antioxidantes — ingredientes considerados “superalimentos”. Normalmente, usa-se espirulina em pó como para impulsionar o metabolismo, aumentar a imunidade e a energia e melhorar a digestão.
1. CBD
Quase toda semana de 2018 viu surgir uma startup com a proposta de usar o CBD (canabidiol) como ingrediente. Para quem não está familiarizado, esse é um produto não alucinógeno da planta cannabis, e legalizado em todos os estados dos EUA. Muitas bebidas, alimentos, produtos para alívio da dor e cuidados com a pele já usam o CBD, que seria benéfico em todos os produtos.
O que não vemos em muitas startups é uma estratégia exclusiva de entrada no mercado, o que me faz questionar a viabilidade dessas empresas. Ter um plano para usar bem o Facebook e o Instagram na atração de consumidores custa caro. Trata-se de um ambiente em que há muita distração e concorrência, por isso é difícil captar e prender a atenção dos consumidores.
Startups com apelo único, capaz de atrair consumidores para seu site ou aplicativo sem gastos com Facebook e Instagram, têm vantagem. Elas precisam de investimento menor para atingir uma escala lucrativa. Não vemos muitas dessas, mas algumas têm chamado a atenção — e o capital — de grandes players. A Coca-Cola e a Molson Coors negociam com fabricantes de produtos com infusão de CBD para joint ventures e investimentos.