Resumo:
- Marguerite Mariscal foi estagiária do chef David Chang em 2011;
- Chang diz que a atual CEO do Momofuku é a funcionária mais respeitada da empresa e entende tudo do negócio;
- Nascida em Nova York, Marguerite faz parte da família Zabar e, aos 29 anos, é a primeira CEO do grupo, formado por 14 estabelecimentos;
- CEO fez parte do Under 30 da Forbes em dezembro de 2018.
Quando Marguerite Mariscal começou a estagiar para o chef David Chang, em 2011, o Momofuku estava prestes a abrir as portas na Austrália. Toronto veio na sequência e, com todo esse impulso, o grupo de restaurantes começou a receber financiamento de investidores externos pela primeira vez.
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Logo depois, lembra Chang, houve uma pausa. Uma era de “complacência” se seguiu. Seu próximo grande projeto, o Nishi, uma versão da comida italiana feita exclusivamente com ingredientes asiáticos, foi inaugurado em 2016. Na sequência, veio o que Chang chama de “um momento realmente doloroso”, quando o “New York Times” escreveu que a magia habitual da marca estava mostrando “um pouco de desgaste”.
“Honestamente, foi tudo culpa minha. Eu não era um líder bom o suficiente e não me preparei para ter sucesso. Não estava fazendo meu trabalho. Eu estava em todo lugar. Foi medo de mudar, medo de crescer, medo de arriscar”, lembra o chef. “Eu achava que o que é bom para mim seria bom para a empresa. Jurei a mim mesmo que nunca mais faria isso novamente.”
Mas Chang diz que Marguerite trabalhou incansavelmente contra isso, colocando-se à prova em tempos difíceis. Preparava-se antes do trabalho, participou de eventos privados sem ser solicitada e ajudou quando o sistema de reservas interno não funcionava. “Ela é, provavelmente, a funcionária mais respeitada que temos em toda a empresa. Não há nada que ela mesma não faça, se necessário. Não dá para dizer isso de muitas pessoas”, diz ele. “Como ela foi promovida e tinha cada vez mais a dizer, percebi que ela entendia o Momofuku melhor do que eu – às vezes até mais. Ela presenciou os altos e os baixos.”
Agora, Chang está se afastando do dia a dia para se concentrar na mídia e trabalhar com os chefs da próxima geração do Momofuku, além de passar mais tempo com seu filho recém-nascido. E Marguerite, uma nativa de Nova York e membro da icônica família de Zabar, se tornará a primeira CEO oficial do grupo com apenas 29 anos.
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“Eu não sou encarregada de ser a governanta da marca. Dave quer que eu seja, basicamente, a guardiã da mudança. Ele quer ter certeza de que eu sou a pessoa que está se certificando de que estamos progredindo”, diz ela, que fez parte da edição 2018 do Under 30 da Forbes. “Se eu não fizer isso, as coisas não mudam. E, se seguirmos o mesmo caminho, seremos um fracasso.”
Antes diretora criativa e chefe de equipe do Momofuku, Marguerite agora é responsável por um império que inclui 14 estabelecimentos, desde o aclamado pela crítica Majordomo, em Los Angeles, até o renovado Noodle Bar, recentemente inaugurado no Upper West Side, em Nova York. Também há um conceito novo e potencialmente escalável: uma loja de conveniência asiática inspirada no Momofuku chamada Peach Mart, no interior das unidades da Hudson Yards. O desenvolvedor bilionário das lojas, Stephen Ross, que apóia a RSE Ventures, tem uma participação minoritária no Momofuku. Há, ainda, outros pequenos investidores privados.
“Para nós crescermos, o que mais interessa é romper com o que já estamos fazendo, não tentar refinar e franquear. É realmente descobrir como escalar sem perder o que fez do Momofuku um sucesso mas, ao mesmo tempo, saber que o que nos fez bem-sucedidos não vai funcionar no futuro”, acrescenta a CEO.
Ela também está encarregada do crescente negócio de bens de consumo do Momofuku, que começou a vender seu próprio molho de pimenta coreano em algumas franquias da Whole Foods em 2015. No ano passado, a parceira do Momofuku, Kraft Heinz, iniciou um relançamento e, agora, o molho pode ser encontrado em 3,8 mil pontos de venda em todo o país, assim como na Amazon. Segundo o grupo, as vendas aumentaram 38 vezes entre 2017 e 2018, embora não tenha fornecido números mais específicos.
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Marguerite diz que a empresa já planeja lançar mais dois produtos: uma pasta de grão-de-bico fermentada chamada Hozon, estrela do prato Ceci e Pepe, do Nishi; e Bonji, a alternativa de molho de soja feita a partir de grãos fermentados. O Momofuku já vendeu estes produtos para outros restaurantes e distribuidores, mas nunca para clientes finais.
“Ficou provado para mim, muito cedo, que o Momofuku é uma meritocracia. Não há muita burocracia”, diz a jovem CEO. “Encorajamos as pessoas a começarem, aprenderem os sistemas e fazerem recomendações sobre como melhorá-los. Não temos nada que não possa ser mexido.”
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