O dólar subia ante o real hoje (1), após sinalizações menos “dovish” (favoráveis a cortes de juros) que o esperado do Federal Reserve ao cortar os juros na véspera, com viés altista sendo reforçado pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a Selic.
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Às 10:14, a moeda norte-americana avançava 0,34%, a R$ 3,8301 na venda. Na véspera, o dólar avançou 0,70% e encerrou a R$ 3,8173 na venda. Neste pregão, o dólar futuro subia cerca de 0,3%.
Como já era esperado, o Fed cortou a taxa básica de juros na quarta-feira (31), mas surpreendeu mercados financeiros a afirmação do chair, Jerome Powell, de que o movimento pode não ser o início de uma campanha prolongada para proteger a economia contra riscos que incluem uma fraqueza da economia global.
Em declarações conflitantes durante a coletiva de imprensa, Powell afirmou que o corte da véspera não era o início de uma longa série de cortes, mas ao mesmo tempo pontuou que “não disse que é apenas um corte de juros”.
Enquanto o corte de 0,25 ponto percentual já estava precificado, na avaliação de agentes financeiros, as sinalizações do banco central norte-americano pegaram investidores desprevenidos, o que gerou um ajuste de posições.
“Não se comprometeram com um ciclo de cortes de juros. Isso por si só merecia um ajuste na taxa de câmbio e é isso que está acontecendo hoje”, disse a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, sobre a decisão do Fed.
Outros eventuais cortes de juros nos EUA beneficiariam o real, uma vez que aumentaria a liquidez global, a qual poderia migrar para mercados como o Brasil, elevando a oferta de dólares e consequentemente baixando o preço da moeda.
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O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia 0,33% neste pregão.
Corroborava para o viés de alta do real a decisão do Banco Central do Brasil na quarta-feira de cortar a Selic em 0,50 ponto percentual, levando a taxa a uma mínima histórica de 6,00%, e mantendo a porta aberta para eventuais novos cortes.
O BC indicou que o processo de afrouxamento poderá seguir adiante diante da fraqueza econômica, inflação bem comportada, melhora no ambiente externo e avanço da reforma da Previdência.
No entanto, apesar das sinalizações, a autoridade monetária adotou um tom mais cauteloso e conservador que o esperado, avaliou Fernanda Consorte, ponderando que tal percepção pode reforçar o viés altista do dólar sobre o real.
Na avaliação da economista, o BC deverá, de fato, prosseguir com o ciclo de cortes, uma vez que condiciona isto ao ajuste fiscal, o que deve ocorrer no âmbito da aprovação da reforma previdenciária, mas o comunicado da véspera “deixa um gato no telhado.”
Em nota, economistas da corretora H.Commcor pontuavam ainda a possibilidade de um “ajuste altista do dólar contra o real em meio ao estreitamento do diferencial de juros.”
O Banco Central realiza nesta quinta-feira leilão de até 11 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento outubro, no valor de US$ 11,5 bilhões.
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