Resumo:
- A dupla de DJs The Chainsmokers encerra 2019 como seu ano mais lucrativo de todos os tempos;
- Os shots de tequila que fazem parte de suas performances são, na verdade, negócios: os DJs são os maiores acionistas não-fundadores de uma marca de aguardente de pequenos lotes, a JaJa Tequila;
- A dupla levantou US$ 130 milhões nos últimos três anos, desafiando o padrão de ganhos de DJs e destronando Calvin Harris como a personalidade mais bem paga da música eletrônica.
Momentos antes de uma multidão de 12 mil pessoas se reunir na Bridgestone Arena de Nashville, Alex Pall e Drew Taggart, a dupla de DJs conhecida como Chainsmokers, conferem os últimos itens da checklist no camarim: uma passagem pelo refrão da primeira música, algumas doses de tequila e instruções para o golden retriever de Pall, parado próximo a eles: “Mooshu”, ele grita para o cachorro, “cuide da casa!”.
Com isso, a dupla entra no túnel e sobe ao palco para um set explosivo de 90 minutos, com participação dos antigos Under 30’s Kelsea Ballerini e 5 Seconds of Summer, a presença de uma espécie de globo da morte (motocicletas dentro de uma esfera de metal), tudo isso acompanhado de mais doses de tequila. O show é a mais recente pausa na carreira musical de Pall, 34, e Taggart, 29 (participante da lista 30 Under 30 da Forbes de 2017) que encerram seu ano mais lucrativo de todos os tempos, devido a uma agenda estendida de shows mais intimistas na boate XS Nightclub, do Wynn, em Las Vegas. A performance foi arte, mas os shots eram negócios: os Chainsmokers são os maiores acionistas não-fundadores de uma marca de aguardente de pequenos lotes, a JaJa Tequila.
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“Você quer que o produto se mantenha por conta própria, e eu penso em longo prazo”, diz Taggart. “É o motivo pelo qual estamos nisso.”
O investimento em tequila é uma das várias posições de capital pré-IPO acumuladas por meio de investimentos em dinheiro ou como compensação por desempenho. No momento, não há escassez de nenhum dos dois. A dupla The Chainsmokers levantou US$ 130 milhões nos últimos três anos, de modo a desafiar o padrão de ganhos de DJs e destronar Calvin Harris como a personalidade mais bem paga da música eletrônica. Eles somaram US$ 46 milhões antes dos impostos apenas no ano passado, chegando ao número 24 na lista de músicos mais bem pagos da Forbes.
“[Eles] têm um controle incrível da cultura pop e sabem administrar um negócio de sucesso, portanto, entendem o que é preciso”, diz Mark Cuban, o bilionário proprietário do Dallas Mavericks que Pall e Taggart conheceram em Las Vegas. “Faz todo o sentido que eles contribuam com seus conhecimentos e fama para comprar ações”.
Os músicos se conheceram cerca de uma década atrás por meio de seu empresário Adam Alpert. Taggart tinha acabado de deixar da faculdade e saía de sua casa no Maine todas as semanas via Bolt Bus para criar músicas com Pall, antes de se mudar para Nova York. Depois de anos trabalhando em pequenos clubes e festas de confraternização, eles fizeram um cobiçado show em 2013, na boate Liv, em Miami, e comemoraram com a música “#Selfie”, que lançaram como um download gratuito e espalharam pelos blogs do sul da Flórida na esperança de atrair multidões para a apresentação. A faixa rapidamente viralizou, impulsionada de forma cuidadosamente orquestrada nas mídias sociais. Desde então, o vídeo oficial atraiu mais de meio bilhão de visualizações.
“#Selfie” e sua abordagem sarcástica à cultura dos clubes da geração do milênio deram à dupla um impulso muito necessário, mas o sucesso exigiu um estilo mais favorável às tendências, o que os levou a experimentar a mistura de elementos de música alternativa e dance. Eles tiveram seu primeiro single multiplatinado, “Roses”, no ano seguinte e rapidamente seguiram com “Don’t Let Me Down”, que alcançou o terceiro lugar na Billboard Hot 100 em 2016. “Closer”, um dueto com a Under 30 Halsey e no qual Taggart testou os vocais pela primeira vez, foi lançado no mesmo ano, conseguindo seu primeiro hit número 1.
Em uma matéria de capa da Billboard de 2016, eles se gabaram de suas noitadas, discutiram o tamanho do pênis e foram ridicularizados como “tech bros”. O portal da “Esquire” zombava da dupla como “o Nickelback da EDM”, já outros foram mais diretos: o “Stereogum” os rotulou como “idiotas infinitamente cotáveis”, enquanto o “Jezebel” os apelidou de “dois idiotas”.
Para retomar o controle da situação, eles lançaram um mashup auto-depreciativo de sua música “Paris” e “This Is How You Remind Me” de Nickelback. Mais recentemente, eles trocaram o orgulho da embriaguez por uma análise mais sóbria das perspectivas comerciais da JaJa e entrevistas intimistas com foco no cachorro. Depois disso, Mooshu se tornou vice-campeão do prêmio da iHeartRadio “Pet de Músico Mais Fofo de 2019”.
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“Percorremos um longo caminho”, diz Taggart. “Nem sempre foi perfeito, mas acho que cada um de nós trabalhou duro para se tornar uma pessoa melhor.”
E, com a ajuda de Alpert, melhores empresários também. Pall ressalta que a tequila é o aguardente que mais cresce na América e a marca é um ajuste natural para sua base de fãs apaixonados por álcool. Eles são os dois maiores investidores de JaJa, além dos fundadores Maurice Tebele e seu irmão Elliot.
Outros investimentos incluem Uber, Wheels e Ember, bem como a Epi-Now, uma startup que fornece kits de emergência para alergias e recentemente levantou US$ 9,2 milhões. Eles receberam ações da WeWork em troca de uma performance e lançaram recentemente a Kick The Habit, uma empresa de produção cuja primeira oferta será um filme baseado na música “Paris”. Há também um fundo de capital de risco chamado Mantis, cujos investimentos iniciais incluem o YellowHeart, uma empresa de venda de ingressos baseada em blockchain a qual espera-se que abale levemente a indústria de US$ 15 bilhões dos cambistas.
Para tentar manter o fluxo dos lucros da música que garantem todo o financiamento, Taggart faz centenas de aulas de canto enquanto Pall pratica piano por várias horas diariamente. Eles acrescentaram um baterista que compartilha da afinidade com a pirotecnia, o que explica o uso de baquetas flamejantes durante uma música em um show em Nashville. Atualmente, eles visam iniciar sua primeira turnê em estádios.
“Quando ‘Roses’ explodiu, ainda não sabíamos o que aconteceria”, diz Pall. “Sabemos que nossos fãs ainda querem que continuemos lançando músicas todos os meses, então, faremos isso”.
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