O empresário bilionário Richard Branson foi criticado por um político do Reino Unido após um pedido da companhia aérea Virgin Atlantic feito ontem (16) para que os funcionários tirem oito semanas de férias não remuneradas durante a pandemia de coronavírus.
A parlamentar trabalhista Kate Osborne, segunda política do Reino Unido a ser diagnosticada com a doença, descreveu a decisão da empresa como “uma desgraça absoluta” no Twitter.
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O autor Liam Young tuitou: “A Virgin Atlantic tem 8.500 funcionários e Branson pediu a eles que tirassem oito semanas de licença sem pagamento. Custaria £4,2 milhões pagar a todos esses trabalhadores £500 por semana para cobrir a licença. No total, isso representa um custo de £34 milhões por oito semanas”.
A implicação parece ser que o bilionário Richard Branson, cujo patrimônio líquido é estimado pela Forbes em US$ 3,8 bilhões, poderia se dar ao luxo de cobrir esse custo.
A Virgin Atlantic confirmou em comunicado na segunda-feira que planeja reduzir sua programação e priorizar rotas com base na demanda dos clientes. A companhia aérea prevê uma redução de 80% nos vôos por dia e acrescenta: “Como conseqüência direta, vamos parar aproximadamente 75% da nossa frota até 26 de março e, em meados de abril, esse número aumentará para 85%”.
A Virgin Atlantic descreve as mudanças como “medidas drásticas” implementadas para “garantir que o dinheiro seja preservado, os custos controlados e o futuro da companhia aérea seja zelado”.
Acrescentando, “a equipe será solicitada a tirar oito semanas de férias não remuneradas nos próximos três meses, com o custo distribuído ao longo de seis meses de salário, para reduzir drasticamente os custos sem perda de empregos”. A companhia aérea confirma que sua decisão recebeu o apoio de sindicatos locais.
Um porta-voz da Virgin Atlantic disse: “A indústria da aviação está enfrentando pressões sem precedentes. Apelamos ao governo do Reino Unido por apoio claro, decisivo e inabalável. Nossa indústria precisa de linhas de crédito de emergência no valor de £5 bilhões a £7,5 bilhões, para aumentar a confiança e impedir que os processadores de cartão de crédito retenham os pagamentos dos clientes”.
Tempos difíceis para Branson
O império comercial de Branson foi particularmente atingido pela pandemia de coronavírus.
Em 14 de março, a operação de navios de cruzeiro da Virgin Voyages decidiu adiar o lançamento de sua nova linha de cruzeiros Scarlet Lady. “A atual crise global de saúde está fazendo muitas pessoas repensarem os planos de viagem”, confirmou a Virgin Voyages em comunicado.
Em 5 de março, a companhia aérea britânica Flybe –que pertence em parte à Virgin Atlantic– entrou em colapso depois que sucumbiu aos problemas financeiros e enfraqueceu a demanda por causa do surto de Covid-19.
Após o anúncio da Flybe, a Virgin Atlantic disse: “Infelizmente, apesar dos esforços de todos os envolvidos para melhorar a situação da companhia aérea, principalmente do pessoal da Flybe, o impacto do Covid-19 no comércio da empresa significa que o consórcio não pode mais se comprometer com o suporte financeiro contínuo.”
A Flybe, que já foi a maior transportadora regional independente da Europa, escapou por pouco da falência em janeiro, depois de ter sido comprada pela Cyrus Capital, Virgin Atlantic e Stobart no ano passado.
A Virgin Galactic, braço de turismo espacial de capital aberto de Branson, vê suas ações caírem desde sua alta em meados de fevereiro, a US$ 37,26. Tendo perdido outros 10% do valor a partir das 16h30, horário do Reino Unido, de ontem (16), o preço das as ações da companhia é de US$ 13,30 e está caindo. A Virgin Investment Limited possui 47% da Virgin Galactic por meio de uma entidade de investimento, a Vieco.
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