Uma das mulheres mais poderosas do mundo está se unindo a uma das mulheres mais ricas do mundo —Melinda Gates e MacKenzie Bezos, respectivamente– para sediar uma competição com um objetivo em mente: equidade de gênero.
Melinda e MacKenzie anunciaram a competição, chamada de Equality Can’t Wait Challenge (Desafio A Igualdade Não Pode Esperar, em tradução livre), por meio da Pivotal Ventures, empresa de investimentos e incubação de Melinda. O desafio será gerenciado pela Lever For Change, afiliada da MacArthur Foundation, e concederá US$ 30 milhões às organizações (ou coalizões de organizações) com as melhores ideias para ajudar a expandir o poder e a influência das mulheres nos Estados Unidos até 2030.
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“Fechar a lacuna na igualdade de gênero beneficiará a todos. A história continua nos ensinando que, quando diversidade de vozes é representada nas decisões, o resultado é melhor para todo mundo”, afirmou MacKenzie Bezos em comunicado ontem (16). “Estou empolgada com o fato de que o desafio da igualdade pode concentrar energia e inovação nesse catalisador vital para mudanças positivas.”
“As desigualdades entrincheiradas que dividem os EUA –raça, gênero, classe– não desaparecerão sem mudanças em todo o sistema”, acrescentou Melinda Gates em uma declaração própria. “Esse desafio é buscar ideias ousadas para desmantelar o status quo e expandir poder e influência para mulheres de todas as origens.”
Embora Melinda seja uma defensora franca da saúde das mulheres e da igualdade de gênero, MacKenzie tem sido mais discreta com sua filantropia e influência. Desde que finalizou seu divórcio com o fundador da Amazon, Jeff Bezos, no ano passado, ela pontuou intenções filantrópicas assinando o Giving Pledge (comprometendo apelo menos metade de sua fortuna, agora de US$ 51 bilhões, em caridade) e ingressando no conselho da Blue Meridian, uma organização dedicada a ajudar crianças e famílias em situação de pobreza. Sua contribuição para a iniciativa Equality Can’t Wait marca sua maior atuação pública até o momento.
Um porta-voz da Lever for Change disse que a competição estava em andamento nos últimos seis meses e que o momento de seu anúncio –apenas algumas semanas após protestos maciços contra as desigualdades raciais sistêmicas começarem a se espalhar por todo o país– não é para ser um reação à realidade atual, mas uma continuação de conversas sérias.
Em termos gerais, o desafio buscará ideias que ajudem a desmantelar as barreiras que impedem as mulheres (incluindo, mas não se limitando, a assédio e discriminação sexual, desigualdade racial e políticas federais inadequadas em relação ao cuidado); de acelerarem a participação feminina em setores como tecnologia, governo e empreendedorismo; e mudar sistemas desatualizados e crenças sobre gênero. Especificamente, de acordo com o site do desafio, as propostas bem-sucedidas devem criar mudanças reais e mensuráveis para as mulheres em pelo menos uma das seguintes áreas: salário e riqueza, assistência não remunerada, divisão de papéis de liderança, criação de conteúdo (em outras palavras, aumentar a porcentagem de conteúdo cultural e intelectual criado pelas mulheres) e percepção do público.
“Quando lecionei meu primeiro curso sobre mulheres na economia americana em 1985, uma trabalhadora em período integral ganhava US$ 0,65 a cada US$ 1 ganho por um homem. Em 2018, eram US$ 0,82, ganho de menos de um centavo por ano”, observou Cecilia Conrad, CEO da Lever for Change. Ela espera que a competição acelere a paridade de salários e tratamento social.
Para participar do desafio, as organizações devem se registrar online até 1º de setembro de 2020; inscrições mais completas devem chegar em 22 de setembro. Os finalistas serão anunciados no início de 2021 e os vencedores serão escolhidos no próximo verão do hemisfério norte. Os US$ 30 milhões em prêmios serão divididos entre as duas ideias mais interessantes (cada uma receberá um mínimo de US$ 10 milhões) e os demais finalistas.
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