A indústria do turismo mundial foi uma das mais atingidas pela pandemia de Covid-19 que colocou grande parte do mundo em quarentena pelos últimos meses. Para conversar sobre o futuro do setor, o CEO e publisher da Forbes Brasil, Antonio Camarotti, recebeu Patrick Mendes, CEO do Grupo Accor no país, que emprega mais de 15 mil funcionários em 321 hotéis espalhados pelo território brasileiro.
O executivo já passou por diversos países nos anos em que atua na rede, incluindo Reino Unido, Espanha, Portugal, Caribe, Estados Unidos e França, mas elegeu o Brasil, ao lado da Colômbia, França e Portugal, como os países que mais o marcaram em termos de atrativos turísticos.
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Com passagem pela área de vendas e distribuição da Accor, Mendes diz que a experiência de “backoffice” completou suas habilidades como executivo: “Se pudesse dar uma recomendação para quem quer ser um executivo de sucesso seria a de passar pela sede da empresa e, na sequência, pelo operacional”.
Questionado sobre a situação da Accor no mundo, o executivo revelou que, dos 5 mil hotéis do grupo, 2 mil já foram reabertos na Ásia e em partes da Europa. Ele encara a retomada com esperança. “Os primeiros sinais na Ásia são bastante positivos para a região. E, efetivamente, 2019 foi um bom ano no Brasil e no mundo. O turismo mundial cresceu 5% e a Accor 8%.”
Ao mesmo tempo em que se mostra otimista com a retomada, Mendes aposta na importância do turismo doméstico em um momento de fragilidade econômica. “Temos 95 milhões de potenciais turistas brasileiros. Além disso, tem 8 milhões de turistas que vão ao estrangeiro por aqui que não poderão viajar para fora por, pelo menos, alguns meses”, calcula. “Nosso papel e o da imprensa é estimular o redescobrimento do Brasil. Eu sou francês e conheço mais o país do que muitos brasileiros”, conta.
O processo de abertura foi outro ponto importante levantado por Patrick. “Estamos sensibilizando os governos e compartilhando o que está acontecendo em outros países para tentar tomar decisões. Precisamos de um desconfinamento limpo e bem feito, que estimule o viajante”, explicou.
Mendes diz que a vontade das pessoas de sair de casa, viajar e visitar os amigos é outro ponto positivo. “É um desejo de liberdade que pode nos ajudar a acelerar mais rapidamente”, falou sobre a retomada das operações turísticas no país.
No que diz respeito ao futuro do turismo de maneira geral, Mendes levanta algo que pode ser o “novo normal” no segmento pós pandemia. “As pessoas querem diminuir o ‘overtourism’”, diz ele, referindo-se às visitas apressadas que os turistas costumam fazer às principais atrações turísticas de cada país, geralmente abarrotadas, em vez de se concentrarem em conhecer mais a fundo tudo que o país pode oferecer. Para o executivo, a tendência é que as pessoas aproveitem cada vez mais aspectos de cada um dos destinos.
A expectativa de Mendes para o futuro do turismo pós-pandemia passa, ainda, por uma combinação de viagens de negócios e lazer: “O número de viagens vai diminuir, mas a duração e a qualidade aumentarão.”
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O CEO da Accor também falou sobre o novo serviço oferecido pela rede no Brasil: a transformação de quartos de hotéis para servirem como “home offices” para os clientes. Ele explicou a intenção por trás da medida: “Muita gente não tem o privilégio de ter qualidade para trabalhar em casa, e muitas empresas estão anunciando que adotarão o home office como prática comum”.
A companhia retirou camas, colocou mesas, cadeiras, sofá e até máquina de café na intenção de criar um ambiente agradável e propício para desenvolver os serviços que seus clientes buscam. Mendes lembrou que tudo está sendo feito seguindo os padrões de higiene necessários, para garantir a segurança de hóspedes e funcionários. A comodidade de encontrar home offices perto de casa é uma das qualidades do serviço, já que a rede conta com unidades espalhadas pelo país inteiro.
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