Pedro Parente (67) é mais conhecido pelas posições de destaque que ocupou em vários governos entre 1973 e 2002. Atualmente na presidência do conselho da BRF Global e membro dos conselhos de várias outras companhias – General Atlantic, B3, Prumo Logística, Syngenta, Farmácias Pague Menos e EB Capital -, o executivo formado em Engenharia Eletrônica pela Universidade de Brasília relembrou sua trajetória na iniciativa pública e privada durante uma live conduzida por Antonio Camarotti, CEO e publisher da Forbes.
Aprovado em concurso público para o Banco do Brasil com apenas 18 anos, Pedro Parente surpreendeu ao revelar que nunca gostou de estudar e não tirava notas boas na escola. “Sou uma pessoa muito prática, aprendo as coisas fazendo”, disse. Mesmo sem se considerar um intelectual como os mais tradicionais, ele reconheceu que tem facilidade para aprender sozinho e se aprofundar em assuntos de seu interesse.
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Apesar de não ter um longo histórico acadêmico, Parente fez questão de ressaltar a importância da educação para indivíduos e para a sociedade como um todo. Para ele, é na escola que são ensinados valores fundamentais para a convivência conjunta, como ética e moral.
Membro de uma família numerosa, o executivo começou a trabalhar muito cedo, aos 14 anos. Aos 18, já era funcionário concursado do Banco do Brasil. Na sua visão da época, o cargo público seria apenas um “bico” para ajudar seus pais enquanto terminava a faculdade. Mas, ao experimentar a rotina como engenheiro, percebeu que sua verdadeira paixão era como executivo de instituições financeiras.
A partir de então, Parente passou a utilizar seu conhecimento e aprendizados na engenharia para tornar as operações mais eficientes: “Quando cheguei ao Banco Central, encontrei arquivos desorganizados, e aquilo me incomodou. Acredito que, com organização, a produtividade aumenta.”
A primeira área do Banco Central na qual ele pode contribuir efetivamente foi a contabilidade gerencial: “Aprendi muito sobre a operação e tive a oportunidade de levar essa experiência para o governo federal.” Foi dessa maneira que Parente conseguiu conectar os órgãos públicos de uma maneira revolucionária para época – a década de 1980.
O executivo elegeu a motivação no setor público como um dos maiores desafios que enfrentou, já que ele não podia agir como se estivesse em um ambiente empresarial para fazer seus projetos andarem. Segundo ele, foi nessa época que notou e desenvolveu uma capacidade de envolver as pessoas em projetos relevantes e cativá-las com a “visão do desafio”.
Depois de uma longa passagem pelo governo federal – que incluiu a Secretaria-adjunta do Ministério da Fazenda, a Secretaria do Tesouro Nacional, a Secretaria de Orçamento e Finanças do Ministério do Planejamento, o Serpro, e a Secretaria de Planejamento do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento -, Parente foi contratado como consultor pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para implementar seu trabalho de conexão de finanças públicas federais nos países da extinta União Soviética.
De volta ao Brasil, Parente participou do governo de Fernando Henrique Cardoso e ficou conhecido como o “ministro do apagão”. Segundo ele, o governo tinha consciência do risco e decidiu ignorar o problema, já que as chances de concretização eram baixas.
Escolhido pelo presidente para chefiar um comitê na busca de uma resolução para o problema, Parente lembra: “Era fundamental termos uma comunicação impecável com a sociedade. Prometi nunca dizer uma inverdade ao público. Sempre estive à disposição dos órgãos de imprensa”. Para uma tarefa tão difícil, ele elencou as necessidades primordiais para comandar a operação: transparência, poder e independência financeira.
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