O inventor bilionário James Dyson deixou para trás seus problemas de 2020 com o anúncio de um investimento de US$ 3,6 bilhões para desenvolver tecnologia que levará seus produtos para fora do Reino Unido pela primeira vez.
O designer industrial britânico, mais conhecido por seus eletrodomésticos –aspiradores de pó, secadores de mãos e alisadores de cabelo–, também confirmou planos de longa data de mudar sua sede global do Reino Unido para Singapura.
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O movimento mais provável para sua empresa, a Dyson, é o desenvolvimento de baterias poderosas e de longa duração, destinadas a um muito elogiado projeto de carro elétrico que o bilionário foi forçado a arquivar em outubro do ano passado. Embora os detalhes ainda não tenham sido confirmados, a companhia disse em um comunicado na última quinta-feira (26) que vai dobrar seu portfólio de produtos e entrar em campos totalmente novos de inovação, incluindo robótica e aprendizado de máquina até 2025.
Pivotagem elétrica
O anúncio de uma campanha de US$ 3,6 bilhões para novos produtos de tecnologia ocorre após uma série de contratempos públicos para um dos mais conhecidos empreendedores bilionários da Grã-Bretanha. Em outubro de 2019, Dyson viu o fim do seu sonho de construir um carro elétrico e, neste ano, foi publicamente rejeitado pelo governo do Reino Unido para construir ventiladores hospitalares durante o auge da pandemia da Covid-19, em abril.
No entanto, nem tudo foi perdido. Embora o fracasso de Dyson em fazer um carro elétrico de baixo custo com a marca Union Jack tenha falhado –custando ao magnata cerca de US$ 600 milhões de seu próprio dinheiro no processo–, o projeto teve um mérito significativo de engenharia. A equipe do empreendedor afirmou ter desenvolvido uma bateria de carro com alcance muito maior do que os concorrentes, incluindo os veículos da Tesla, de Elon Musk.
Após o fim do projeto, Dyson disse em várias entrevistas que suas baterias poderiam abastecer seu carro (considerado grande para os padrões britânicos) por mais de 695 quilômetros –uma distância que abrange aproximadamente o extremo norte da Escócia até a costa sul da Inglaterra. A tecnologia deu um vislumbre de esperança para o inventor britânico que finalmente admitiu a derrota depois de não conseguir cortar o valor de produção de mais de US$ 200 mil –um preço consideravelmente acima do que é acessível para o motorista médio dos Estados Unidos ou do Reino Unido.
Em uma carta divulgada para seus 500 funcionários, o empreendedor comentou: “Nossa equipe automotiva desenvolveu um carro elétrico fantástico, mas infelizmente não é comercialmente viável”. No entanto, apesar da decepção óbvia de Dyson, o projeto do automóvel elétrico não foi um desastre completo. Segundo o comunicado, a comercialização da tecnologia de bateria é uma área em desenvolvimento potencial e uma indicação óbvia de onde o futuro de seu negócio pode estar.
Planos em Singapura
Embora os novos produtos Dyson permaneçam um segredo, o que é notável é a contínua expansão do império comercial do empreendedor para o leste. A declaração da semana passada confirma que a sede da Dyson seguirá as aquisições de propriedade do bilionário nos últimos dois anos em direção à sua base de clientes maior (e regime regulatório preferível) na Ásia.
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Dyson, que no passado foi criticado por sua postura otimista em relação ao Brexit, ao mesmo tempo em que aprofundava os laços e transferia seus negócios para Singapura, confirmou planos de abrir seu novo complexo de sedes globais na cidade histórica do sudeste asiático, na central elétrica de St James Power Station. Nesse momento, a Dyson também expandirá suas instalações avançadas de P&D e laboratórios de pesquisa por lá e estabelecerá um novo programa de pesquisa em universidade. Enquanto estava nas Filipinas, Dyson anunciou planos para um novo hub de software no bairro de Alabang.
Próximos passos
Com a equipe permanecendo calada sobre os produtos mais recentes planejados para chegar na Dyson, Richard Alvin, da “Capital Business Media”, disse à Forbes que, com a tecnologia revolucionária de veículos elétricos da Dyson em mente, há potencial para a empresa liderar o caminho com um poderoso carregador portátil ou uma tecnologia que pode trazer pontos de carga elétrica para áreas rurais.
Enquanto isso, Jamie Davies, chefe de inovação da Amplify, especula que a companhia pode enfrentar desafios ambientais e desenvolver lixeiras de reciclagem com uso de IA ou ventiladores para remover partículas nocivas para uso público.
Dyson, ao lado de vários bilionários britânicos, enfrentou um período difícil durante a atual pandemia. No entanto, o inventor continua sendo um dos principais empreendedores da Grã-Bretanha, com um patrimônio líquido estimado em crescimento lento de mais de US$ 6 bilhões. Em meio a um clima de consolidação, o bilionário é um dos poucos líderes empresariais e inventores do país sobre os quais os comentaristas de hoje podem especular sobre os próximos passos.
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