Jay Y. Lee, o herdeiro do maior conglomerado da Coreia do Sul, foi sentenciado hoje (18) a dois anos e meio de prisão. O vice-presidente da Samsung Electronics foi condenado por suborno e foi preso pela primeira vez em 2017, mas os termos da sentença foram reduzidos e suspensos em um recurso.
Lee, 52 anos, foi condenado em 2017 por subornar uma confidente da ex-presidente Park Geun-hye em um escândalo de corrupção que levou ao impeachment e à prisão da primeira líder feminina do país. Ele cumpriu um ano de prisão, mas foi liberado depois que sua sentença original de cinco anos foi reduzida pela metade e depois suspensa em um recurso. Em 2019, a Suprema Corte enviou o caso de volta ao Tribunal Superior de Seul para um novo julgamento que resultou na sentença anunciada nesta segunda-feira.
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A Samsung é acusada de ter contribuído com cerca de 30 bilhões de won (cerca de US$ 28 milhões) em subornos à confidente de Park em troca do apoio do governo a uma fusão polêmica de duas afiliadas da Samsung em 2015. A empresa obteve a aprovação para a fusão das afiliadas Cheil Industries e Samsung C&T, o que fortaleceu o controle de Lee sobre o conglomerado.
O caso serviu para destacar a relação próxima entre os chaebols (termo coreano que designa os conglomerados) e o governo. Meses de protestos em meio a denúncias de corrupção e tráfico de influência na administração de Park a tornaram a primeira presidente do país em exercício a ser destituída do cargo.
A sentença impedirá Lee de comandar a maior empresa mundial de smartphones e cartões de memória em um momento crítico para a gigante da tecnologia, que lida com a pandemia do coronavírus e as tensões geopolíticas entre China e Estados Unidos.
Lee também enfrenta outros problemas legais com a fusão da Samsung C&T e da Cheil Industries. Ele e outros executivos do grupo foram indiciados por violar leis do mercado de capitais e a lei de auditoria, bem como violação de dever. Os advogados de Lee negaram as acusações.
As denúncias resultam de uma investigação sobre a fusão avaliada em US$ 8 bilhões, que foi vista como uma forma de Lee expandir seu controle sobre a Samsung, sacrificando os interesses de acionistas minoritários.
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Em maio, Lee fez um raro pedido de desculpas público por não cumprir a lei e os padrões éticos. Ele também disse que não entregaria a gestão da Samsung aos filhos. O maior conglomerado coreano foi fundado pelo avô de Lee, Lee Byung-chul, e sucedido por seu pai, Lee Kun-hee.
O herdeiro tem um patrimônio avaliado em US$ 9,4 bilhões e é o quarto na lista da Forbes das 50 pessoas mais ricas da Coreia. Lee foi nomeado vice-presidente em 2012 e é o líder legal da Samsung Electronics desde a hospitalização de seu pai em 2014, quando sofreu um ataque cardíaco. O patriarca da família morreu em outubro passado e sua antiga posição como presidente da Samsung ainda não foi preenchida.
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