“I’m gonna make a brand new start of it, in old New York”. Você deve ter reconhecido a frase – trata-se de um trecho da música “New York, New York”, apresentada ao mundo em 1977 por Liza Minelli no filme de mesmo nome dirigido por Martin Scorsese e imortalizada dois anos depois na voz de Frank Sinatra.
LEIA MAIS: Conheça a história do Windows of the World, restaurante que ficava no WTC, em Nova York
Hoje, 40 anos depois, ela ainda faz muito sentido. Em uma cidade que nunca para e que, ano após ano, recebe mais turistas – em 2018 foram 65 milhões e para este ano a expectativa é de 67 milhões, segundo a NYC & Company –, a cidade que já foi do céu ao inferno e de lá ressurgiu majestosa está novamente em busca de novos patamares.
Cidade dentro da cidade
Quem puxa a fila de novidades é o gigante e muito aguardado Hudson Yards, em cuja construção foram investidos mais de US$ 25 bilhões. O megaempreendimento, entre as avenidas 10th e 12th, já é conhecido como uma “cidade dentro da cidade”. Quando estiver totalmente concluído, em 2026, terá capacidade para abrigar 10 mil moradores, espalhados em nove torres. Já foram inauguradas as torres residenciais 15 e 30 Hudson Yards e um novo arranha-céu, o terceiro mais alto de Nova York, destinado a escritórios. Em breve será aberto ao público o observatório Edge. A área voltada às compras e restaurantes já está a todo vapor. O TAK Room, novo hotspot do chef Thomas Keller, tem vista para o Vessel, uma gigantesca obra de arte interativa composta por diversas escadas, de autoria do escritório Heatherwick Studio. O mediterrâneo Estiatorio Milos, que já tem um restaurante em Nova York desde 1997, escolheu o complexo para uma segunda unidade, com uma cozinha aberta e um terraço. Diversos estabelecimentos mais casuais e clássicos de Manhattan também marcam presença, como a sorveteria Van Leeuwen, o Fuku (do grupo Momofuku) e a Blue Bottle Coffee.
No quesito compras, são mais de 100 lojas. Destaque para a Neiman Marcus, a primeira de Nova York, que ocupa três dos sete pisos do The Shops at Hudson Yards. As grifes de luxo também correram para garantir presença: Chanel, Dior, Fendi, Louis Vuitton e Patek Philippe são algumas delas.
A cena cultural do Hudson Yards também é grandiosa. O The Shed, que foi inaugurado em abril, propõe “a integração de todos os tipos de arte para todos os gostos”, com programação de concertos, exposições e dança.
A bilionária holding de academias Equinox escolheu o complexo para inaugurar seu braço de hotéis – estão previstas mais quatro aberturas nos EUA até 2022. Com abertura oficial marcada para 15 de julho, o Equinox Hotel tem 212 quartos, 48 suítes de luxo e, claro, um enorme centro de fitness e bem-estar, com 6 mil metros quadrados e duas piscinas (interna e externa).
Mulheres e crianças primeiro
A loja de departamentos Saks, após fechar sua unidade do Battery Park, está fazendo um “reshape” na loja da 5ª Avenida, onde serão investidos US$ 250 milhões. O restaurante parisiense L’Avenue abriu lá sua primeira nos Estados Unidos. O projeto foi idealizado pelo renomado designer Philippe Starck, que priorizou materiais como madeira clara e couro caramelo nos mobiliários. No menu, os clássicos franceses conversam com a cozinha tailandesa. O cardápio de sobremesas é de autoria do chef Pierre Hermé.
VEJA TAMBÉM: 7 passeios para aproveitar o outono em Nova York
Na briga pelos consumidores, a Nordstrom abrirá uma flagship com seleção voltada ao público feminino em outubro deste ano – será o maior investimento que a companhia já fez em uma loja. Em abril de 2018, a Nordstrom chegou a Nova York com uma loja exclusiva para os homens.
A loja infantil Camp, inaugurada em dezembro de 2018 na 5ª Avenida, finca sua bandeira como uma loja de “experiências familiares”, com o propósito de, mais do que oferecer produtos, proporcionar vivências pensadas para pais e filhos, como aulas de culinária. O projeto pretende ser disruptivo no mercado americano – após a Toys “R” Us quebrar e as vendas de brinquedos em escala global começarem a cair, o alerta de que essa indústria precisava de profundas mudanças ficou mais claro.
Para comer na Big Apple
Gastronomia e coquetelaria são, definitivamente, pontos altos em uma viagem para Nova York – sempre há alguma coisa nova para conhecer e experimentar. Nos últimos meses, duas aberturas estão chamando atenção. O Le Jardinier, focado em vegetais e pratos leves, tem por trás o chef Alain Verzeroli, antigo parceiro de Joël Robuchon.
Já o Wayan, de Cedric Vongerichten (filho de Jean-Georges), propõe culinária francesa e indonésia, em ambiente descolado no bairro Nolita. Um pouco mais “antigo”, aberto no último trimestre de 2018, está o coreano – e superchique – Atomix.
Liberdade e tecnologia
Desde maio deste ano, a Estátua da Liberdade, um dos pontos turísticos mais visitados de Manhattan (e do mundo), conta com um museu para aumentar ainda mais seu poder de atração. O projeto, no qual foram investidos US$ 100 milhões, tem como objetivo contar a história da famosa estátua – que foi um presente da França no fim do
século 19 e que na verdade se chama “A Liberdade Iluminando o Mundo” –, com amplo uso de ferramentas digitais. As gigantes de tecnologia, por sinal, também estão de olho na “nova” Nova York, apontada como o novo Silicon Valley do país. O Google anunciou que irá inaugurar um campus no West Village, onde será investido US$ 1,7 bilhão. O projeto ainda não tem data de inauguração. A Amazon também abrirá dois novos escritórios, no Queens e em Long Island.
Pois é. That city never sleeps.
Reportagem publicada na edição 69, lançada em julho de 2019
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Tenha também a Forbes no Google Notícias.