Em dezembro, os amantes de vinho terão a extraordinária oportunidade de comprar uma seleção de grande formato de 1985 do Domaine de la Romanée-Conti – um dos mais raros do mundo, considerado uma das principais safras do século 20. A coleção, disponibilizada pela casa de leilões Baghera/wines, com sede em Genebra, deve arrecadar cerca de US$ 2,1 milhões em 24 garrafas (12 jeroboams de três litros e 12 methuselahs de seis litros). Michael Ganne e Julie Carpentier, fundadores da Baghera/wines, adquiriram os vinhos de um dos restaurantes chiques mais apreciados da Itália: a Enoteca Pinchiorri, de Florença, que ostenta três estrelas Michelin.
A proveniência é intocada, já que os vinhos nunca deixaram os confins perfeitos da adega de Enoteca Pinchiorri – exceto por uma viagem de volta à Borgonha para encerar novamente os selos. “As caves da Enoteca Pinchiorri são bastante famosas”, explica Ganne. “Eles têm uma das adegas mais bonitas da Europa. Se você gosta de vinho e comida, este restaurante é um dos lugares para visitar pelo menos uma vez na vida.”
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O proprietário, Giorgio Pinchiorri, passou, junto com sua sócia Annie Féolde, os últimos 40 anos coletando uma seleção cuidadosa e impressionante de vinhos Grand Cru da Borgonha. É uma coleção de lendas. Os clientes costumam fazer pedidos especiais para visitar a Enoteca e ver com os próprios olhos a coleção impressionante de Pinchiorri, especialmente de vinhos de grande formato.
Pinchiorri escolheu confiar suas joias enológicas à Michael Ganne. “Eles são tão apaixonados pelos vinhos da Borgonha quanto eu”, destaca, “e provaram repetidamente seu talento para destacar as adegas mais maravilhosas do mundo”. O proprietário do estabelecimento, que doará parte dos rendimentos com o leilão a entidades beneficentes, tem uma certeza. “O comprador destes vinhos não só terá a alegria de incluir a série nº 1 completa na sua coleção, como também terá o imenso privilégio de deleitar este néctar mítico do Domaine de la Romanée-Conti que atravessa a história. Por milhões de anos, este vinho maravilhoso será evocado, e o Romanée-Conti perdurará.”
O empreendedor optou por não vender os vinhos por meio de uma casa de leilões muito grande. Em consonância com a intimidade da Borgonha e do restaurante que dirige, trabalhar com Baghera/wines fazia sentido. O principal negócio de Ganne é o vinho. “Não tentamos assumir muitos lotes. Não queremos um catálogo com 1.000 lotes, isso deixa o leilão muito longo e chato. Oferecemos uma experiência muito diferente, tentamos torná-la agradável e mais relaxante.”
Recentemente, a Baghera/wine abriu uma pequena loja boutique de vinhos no Beau Rivage Geneva, um local ideal para Ganne e sua equipe venderem as garrafas menores e individuais para os clientes que preferem não comprar pelos leilões. “Alguns clientes não querem passar pela experiência do leilão, então compramos deles e vendemos na boutique”, diz Ganne. Eles também abriram um clube exclusivo para membros no hotel de luxo, um espaço íntimo onde é possível armazenar seus vinhos e organizar reuniões privadas (com refeições servidas pela equipe de gastronomia do hotel).
Ganne tem esperança de que 2021 seja um bom ano para vinhos, leilões e a retomada das viagens, mas, por enquanto, ele observa que “viajar a partir de uma taça de vinho” é a melhor alternativa que temos.
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