Os desafios para uma maior inclusão de profissionais LGBTQIA+ no ecossistema de inovação começam pela falta de acesso às vagas e se estendem pelo pouco acolhimento nos ambientes corporativos. No entanto, as questões envolvendo diversidade e representatividade dessa comunidade em startups vão além dos processos de recrutamento, seleção e retenção. O debate também passa pelas oportunidades disponibilizadas para que pessoas, de todos os espectros de orientação sexual e gênero da sigla, possam criar e desenvolver negócios escaláveis de base tecnológica.
Embora a ampliação da discussão seja algo almejado pelas startups brasileiras – de acordo com dados da Abstartups (Associação Brasileira de Startups), 75,1% das empresas nascentes de tecnologia acreditam que apoiar iniciativas desse tipo é um fator importante para seus negócios -, a representatividade da comunidade LGBTQIA+ no cargo de fundador é baixa. Das mais de 13 mil startups do país, apenas 3,9% possuem fundadores homossexuais. Nas outras siglas, o índice é ainda menor, chegando a 1,5% no caso dos bissexuais, 0,1% dos transgêneros e 0,2% de outra orientação sexual ou gênero.
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Essa baixa representatividade é seguida pelo baixo acesso ao capital, essencial para garantir a sobrevivência dos negócios no longo prazo. Em ecossistemas de inovação mais maduros que o brasileiro, como nos Estados Unidos, onde estima-se que haja 67 mil startups, a organização de promoção a negócios LGBTQIA+ StartOut estima que empresas fundadas por representantes da sigla receberam apenas US$ 13 bilhões de investimentos desde o ano 2000. Por meio de modelos matemáticos, a instituição demonstra que o potencial de captação dessa comunidade nesse período, caso tivesse o mesmo acesso de heterossexuais, seria de US$ 140 bilhões, número quase dez vezes maior que o real.
Essa estatística, no entanto, não impediu que fundadores LGBTQIA+ desenvolvessem negócios de base tecnológica com sucesso nos EUA. É o caso de Leanne Pittsford, criadora e CEO da Lesbians Who Tech, startup que ensina programação para mulheres da comunidade, sejam elas cis, trans ou não-binárias. Outro exemplo é o cofundador do Facebook, Chris Hughes, que junto a Mark Zuckerberg, Eduardo Saverin, Andrew McCollum e Dustin Moskovitz criou uma das maiores empresas de tecnologia da atualidade. O cofundador do PayPal, Peter Thiel, também faz parte do grupo de criadores de negócios que pertencem à sigla.
No Brasil, o cenário não é diferente. Mas, apesar das dificuldades e da falta de acesso a oportunidades, a comunidade LGBTQIA+ já começa a ter representantes no setor. Mais do que isso: ela está atuante e atuando para mudar essa realidade.
Veja, na galeria de fotos a seguir, a história de 5 empreendedores LGBTQIA+ inseridos no ecossistema brasileiro de inovação:
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Divulgação Edmar Bulla, Grupo Croma
CEO e fundador do Grupo Croma, Edmar Bulla não se deixa intimidar pelas dificuldades do dia a dia.
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Divulgação Hóttmar Loch, Nohs Somos
Aos 28 anos, Hóttmar Loch é CEO e cofoundador da Nohs Somos, startup de impacto social que tem o propósito de garantir o bem-estar da comunidade LGBTQI+.
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Divulgação Maira Reis, camaleao.co
Jornalista por formação, Maira Reis nasceu no interior de Minas Gerais e mudou-se para a cidade de São Paulo após sofrer lesbofobia do pai de uma ex-namorada.
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Divulgação Manoela Mitchell, Pipo Saúde
Depois de atuar por sete anos no mercado financeiro como investidora de private equity, Manoela Mitchell decidiu trocar de lado na mesa de negociação para criar o seu próprio negócio.
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Divulgação Simone Cyrineu, thanks for sharing
Curiosa desde menina e disposta a aprender sobre o mundo e o ser humano, Simone Cyrineu iniciou sua carreira no audiovisual em uma pequena produtora, enquanto cursava relações públicas na UMESP.
Edmar Bulla, Grupo Croma
CEO e fundador do Grupo Croma, Edmar Bulla não se deixa intimidar pelas dificuldades do dia a dia.