Quando você encontra um emprego melhor do que a sua ocupação atual, a primeira coisa que deseja é pedir as contas sem causar confusão. Mas não há benefício nenhum para o empregado que deixa o cargo e divide sua intenção e seus motivos para além de um: “Recebi uma oferta irrecusável”. Por isso, esse clichê é tão adotado na hora da demissão.
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Há sempre outras razões para a demissão além de um “recebi uma oferta de emprego irrecusável”, mas o chefe que, ao perder um funcionário, ignora suas necessidades, subestima-o ou o maltrata descaradamente, não merece ouvir a história completa.
Um dos maiores problemas no mundo corporativo é que normalmente existe um muro invisível e impermeável entre o que os funcionários gostariam de dizer e o que a equipe de liderança não suporta ouvir. Na pior das hipóteses, ouvir as razões de um demissionário por ser uma espécie de consultoria gratuita.
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Quando se trabalha para uma empresa que não está interessada na opinião de seus funcionários, é possível perceber. Todos no ambiente de trabalho tornam isso óbvio. Uma vez que se tem a certeza de que o chefe não está interessado na nossa opinião, que outras escolhas temos além de encontrar outro emprego?
O argumento de que “uma oferta de trabalho incrível apareceu” é um falso motivo pelo qual bons funcionários deixam seus empregos. Se o chefe acredita nessa história, provavelmente, é alguém fácil de enganar. Pessoas não querem viver à procura de emprego. Elas resistem a isso e se esforçam o máximo possível para fazer dar certo a relação com o chefe. Normalmente, são empurradas a começar a buscar outras colocações por serem menosprezadas inúmeras vezes.
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Um exemplo de falta de cuidado no mundo corporativo: em dezembro, o chefe promete para o mês seguinte um aumento de salário e uma nova e desejada função. Em janeiro, no entanto, ele recua e diz que o aumento será dividido em três vezes, baseados nas metas do ano. A prática é totalmente diferente da promessa, mas o chefe não se desculpa pelo ocorrido. Em vez disso, afirma que o funcionário sabe que essas não são decisões dele, e fica bravo e indignado, como se o empregado tivesse feito algo errado.
E não para por aí. Em fevereiro, o chefe suspende a promoção prometida e a dá a outra pessoa. Não sem afirmar que o funcionário precisa ser flexível. Em março, ele o faz mudar as férias já marcadas, pela segunda vez consecutiva. Depois, no dia seguinte de o empregado trabalhar até meia-noite para salvar o pescoço do chefe, é advertido por chegar 20 minutos atrasados.
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Quem continuaria a empurrar uma pedra ladeira acima no trabalho quando o mundo é tão grande? Os gestores têm sempre a escolha de se conformar ao acreditarem que o funcionário se demitiu por ter recebido uma oferta melhor, mas também podem começar a escutar seus funcionários antes deles pedirem as contas.