Resumo:
- Afua Rida começou a postar nas redes sociais por vontade de mudar a percepção das pessoas sobre a África;
- O jeito que ela encontrou para transformar essa narrativa foi divulgando fotos suas vestindo diferentes modelos feitos por designers africanos;
- É importante falar sobre algo do qual que se gosta e ser genuíno, já que os seguidores percebem quando as postagens são forçadas;
- Além disso, é preciso ter paciência e saber quando começar a cobrar.
A carreira de um influenciador tem algo intrigante. As vidas dessas pessoas parecem tão fascinantes e, ao mesmo tempo, tão possíveis. Todos nós preparamos uma refeição bonita ou montamos um look incrível, compartilhamos essas imagens no Instagram e imediatamente pensamos: “Eu poderia ser pago para fazer isso”. Passar do hobby para uma carreira pode ser assustador, mas é exatamente o que Afua Rida fez.
Ela estava trabalhando no segmento de moda africana quando se deu conta de que não havia muitas plataformas para os designers da região compartilharem seu trabalho. Então teve a ideia de tirar fotos usando essas marcas e divulgá-las. A ideia era mudar a narrativa sobre a arte, a moda e os profissionais africanos – e Afua achou que essa poderia ser a sua pequena contribuição. “Somos bastante criativos. Dependendo de onde você está na África, é uma vibração, uma cultura diferente. São cores e impressões distintas. Na maioria das vezes, quando olho para os Estados Unidos e para a maneira que eles exploram a cultura africana, vejo pessoas usando um Dashiki (vestimenta típica da África ocidental). Mas estamos muito além do Dashiki”, diz.
No começo, era apenas por diversão. Afua procurava estilistas ganenses que ela admirava, como Christie Brown, e dizia: “Eu realmente amo suas roupas. Posso vesti-las, tirar fotos e escrever um artigo sobre elas?”. A indústria de influenciadores ainda não existia em Gana, portanto os estilistas ficavam felizes em deixá-la promover suas marcas gratuitamente. Então, um dia, a Vlisco, marca líder em tecidos estampados africanos, entrou em contato com ela para fazer uma campanha e ofereceu dinheiro. Assim, o que começou como um hobby, transformou-se em um fluxo de renda e em uma carreira.
A trajetória de digital influencer é algo que tem se popularizado em todo o continente. Os millennials africanos, assim como os de todos os outros lugares, acessam seus celulares logo pela manhã para acompanhar o Instagram. Eles podem não ter condições de comprar aquilo que estão vendo – não necessariamente por causa do preço, mas porque podem não ter acesso a um cartão de crédito ou porque o envio pode ser caro e complicado. Mas as coisas estão mudando. A África tem a maior taxa de crescimento da classe média do mundo. De 2015 a 2030, a projeção é que os gastos do consumidor no continente dobrem. As marcas precisam estar prontas e, neste contexto, Afua Rida acredita que mais influenciadores africanos não tornarão a vida dela mais difícil, muito pelo contrário. Quanto mais pessoas educando as marcas sobre o poder do marketing de influenciadores, melhor. E, assim, ela generosamente compartilhou três dicas sobre como se tornar um influenciador. Veja quais são elas na galeria de fotos a seguir:
-
GettyImages/10'000Hours Não entre neste mundo apenas para ganhar dinheiro
No começo, você provavelmente não ganhará nada. Até que você esteja estabelecido, faça disso um esforço em paralelo. Nesta fase, a especialista aconselha: “Escolha algo que você ame. Use seu telefone, tire algumas fotos, tenha uma história clara e seja você mesmo”. Os seguidores conseguem ver quando você não está sendo autêntico, mas se você for, eles aparecerão, assim como as parcerias pagas.
-
GettyImages/Pekic Seja humilde no primeiro contato com as marcas
Afua Rida diz que é preciso que as pessoas reconheçam seu valor. Se você possui 5 mil seguidores, por exemplo, não pode entrar em contato com as marcas para cobrar US$ 1 milhão. Pode ser que você tenha até que fazer alguns trabalhos gratuitos para se provar. Mas quando você se torna “grande o suficiente” para começar a cobrar? Ela esperou até ter 10 mil seguidores, mas hoje acha que não é preciso esperar tanto tempo. Não se trata apenas do número de seguidores, mas do nível de engajamento deles. Segundo a especialista, existem influenciadores com menos de 2 mil seguidores, mas com 80% de acompanhamento das postagens, likes e cliques em links. “Os microinfluenciadores podem ser igualmente lucrativos. Depois de descobrir seu método e suas histórias, comece a entrar em contato com as empresas. Após algumas parcerias, pode-se dizer quantas pessoas viram, gostaram e clicaram no link”, disse ela. É com base nesses dados que você pode começar a ganhar alguma coisa.
-
GettyImages/ArtemVarnitsin/EyeEm Influenciadores geram 77% de crescimento na taxa de conversão do presencial para o e-commerce
Não entre neste mundo apenas para ganhar dinheiro
No começo, você provavelmente não ganhará nada. Até que você esteja estabelecido, faça disso um esforço em paralelo. Nesta fase, a especialista aconselha: “Escolha algo que você ame. Use seu telefone, tire algumas fotos, tenha uma história clara e seja você mesmo”. Os seguidores conseguem ver quando você não está sendo autêntico, mas se você for, eles aparecerão, assim como as parcerias pagas.
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Tenha também a Forbes no Google Notícias.