Resumo:
- Daniela Dantas é diretora para a América Latina da WGSN, uma empresa pioneira na busca de tendências de mercado;
- A diretora palestrou na última semana no exclusivo palco FORBES Start, na São Paulo Tech Week;
- Em sua percepção de mercado, o mundo está em atual busca por um ponto de equilíbrio que possibilite a desconexão do excesso de estímulos.
O século 21 pode ser considerado uma era de exageros. Uma infinidade de conteúdos, estímulos e tarefas acabaram criando o que se chama de “glorificação do ocupado”. Bonito é produzir o dia inteiro, das 5h até a meia-noite, como uma máquina. Foi o que explicou Daniela Dantas, diretora para a América Latina da WGSN, empresa pioneira na criação de uma biblioteca online de tendências, no exclusivo palco FORBES Start, na programação da São Paulo Tech Week, que aconteceu na semana passada.
Segundo a especialista, a tecnologia mudou o conceito de tempo, e o homem tentou acompanhar, mas se sente ansioso, em dívida com suas atividades e em constante obrigação de saber tudo. A situação acabou resultando em um princípio de afogamento e a sociedade já mostra querer se livrar de tudo isso. Para Daniela, a maior tendência para o futuro é o tempo como moeda, resultante de um contramovimento que busca equilíbrio após tanto estímulo.
A diretora trabalha com pesquisa de movimentos de mercado e revela como já é possível enxergar essa mudança de conceitos. Embora ainda seja valorizado o estigma de ser o primeiro a chegar e o último a sair no serviço, já há busca por um ponto de equilíbrio, que pode ser vista em ações como jornadas flexíveis, licenças estendidas e home offices.
Trata-se de uma mudança na relação com o ambiente de trabalho, muito mais fixada em saúde e sobra de tempo, seja para ficar com a família ou simplesmente para descansar. Com tanta coisa para fazer, o tempo e tornou precioso e moeda de troca. Usá-lo como um benefício dado a um profissional pode mudar completamente a produtividade e o consequente sucesso de uma empresa.
“Se nós, empresários, não estamos pensando em tempo como benefício, estamos pensando errado”, destacou Daniela. Até no Japão, um dos países com o maior estigma de excesso de trabalho, a visão está em processo de mudança. Daniela citou uma ação da Microsoft que testou uma semana de trabalho com apenas quatro dias. O resultado? Aumento de produtividade de 40%.
“Não quer dizer que você vai diminuir a jornada e a produtividade sempre vai aumentar, mas sim que deveríamos aprender skills [habilidades] de gestão de tempo”, adicionou ela. Para a especialista, o importante é entender essa nova tendência e explorá-la para conquistar os melhores talentos e aprimoramentos no meio de trabalho. “O que agora é a glorificação do ocupado, no futuro será a glorificação do desconectar”, finalizou.
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