Imagine dois recém-formados igualmente talentosos no primeiro emprego. Um ano depois, ambos são demitidos em função de uma redução de custos. Um deles pensa: “Eu nunca fui bom o suficiente, meu chefe me odiava.” O outro decide: “Eu queria tanto esse trabalho que é melhor consertar meu currículo e aprender a lidar melhor com um chefe difícil”. Quem, dos dois, você acha que atravessa as adversidades mais rapidamente?
A perspectiva que temos em relação a tudo o que acontece na nossa vida muda fundamentalmente as nossas experiências.
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De acordo com uma reportagem do site “Mindful”, o próprio estresse pode ser definido como a percepção de que algo é mais do que conseguimos suportar. Quando enquadramos os desafios como superáveis, nós os ultrapassamos com mais facilidade (ou, pelo menos, começamos a enxergar o que vem adiante). Quando os enquadramos como fracasso, falhamos mais facilmente. Isso pode soar como o conselho mais banal e clichê de todos os tempos, mas é a base das pesquisas sobre resiliência.
Essa é uma característica que depende de como percebemos nossas vidas. Então, talvez fiquemos em pânico vendo nosso filho no palco pela primeira vez. E, como estamos ansiosos e preocupados, começamos a ruminar ideias. Nesses pensamentos existem camadas de suposições, perspectivas e filtros mentais: eu não o preparei o suficiente, ele vai se envergonhar, devo fazer algo para salvá-lo. Se sentimos que nosso papel é proteger as crianças de tudo, aquele momento no palco se torna miserável. Se reconhecermos que não podemos proteger nossos filhos de todas as dores, mas fizemos o nosso melhor, a experiência muda: estou quase tão estressado quanto ele, mas espero que tudo corra bem. Se não correr, estarei aqui para ajudar.
A percepção em si é algo maleável – veja o treinamento de resiliência militar para soldados, por exemplo. Os participantes exploram armadilhas mentais, distorções habituais que prejudicam o bem-estar emocional. Esses “icebergs” podem ser tão simples quanto pensar que pedir ajuda é admitir o fracasso. Eles também podem incluir o foco no pior resultado possível de cada situação ou a minimização de algo que nos esteja oprimindo. Alguns podem ser críticos excessivamente ativos, fazendo-nos pensar que não somos bons o suficiente para administrar aquele quadro. Tudo isso são filtros que distorcem a perspectiva e nos afastam da resiliência.
Com a prática, aprendemos a manter esses padrões em alerta e a nos questionar: o que é válido e o que não é útil? Sem nos forçarmos a ser anormalmente positivos, observamos com curiosidade nosso próprio redirecionamento e o desenvolvimento de novos hábitos. Certo, meu filho está sozinho no palco agora, eu estou nervoso, mas preciso me soltar. Não é que todo desafio leva ao crescimento, mas aconteça o que acontecer, nós vamos passar por isso de alguma forma.
A incerteza e a mudança são coisas inevitáveis na vida. Mas, se o único alívio que buscamos é lutar contra isso até a submissão, sofreremos um estresse desnecessário, já que nunca conseguimos o controle de tudo. E muito estresse muda não apenas como nos sentimos, mas as escolhas que fazemos no dia a dia.
Quando tentamos consertar tudo o que enfrentamos e buscamos uma imagem perfeita da felicidade, muitas vezes prejudicamos nossas melhores intenções. Há um tempo para a ação, mas muitas vezes há benefícios em pausar e deixar as coisas acontecerem. Podemos mudar nossa perspectiva para aceitar que não sabemos tudo. A percepção de que a vida pode ser qualquer coisa além de incerta nos empurra para longe de nossas versões mais hábeis e resilientes.
Veja, na galeria abaixo, 9 maneiras de aumentar a resiliência no dia a dia de acordo com a publicação especializada na técnica de atenção plena, com recomendações da American Psychological Association:
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Dougal Waters/Getty Images 1. Preste atenção em como você enfrenta os desafios
Frequentemente, reforçamos os momentos desagradáveis de maneiras que eles se tornam ainda mais difíceis. Observe como seu corpo se sente, suas emoções e para onde vão seus pensamentos. Você está projetando anos de dificuldade no futuro? Você se arrepende ou se ressente de algo? Além disso, comece a separar sua perspectiva da própria experiência. As crianças aprendem mais com o que você faz do que com o que você diz, de modo que sua resiliência – a maneira como elas vêem você abordar a adversidade – afeta o comportamento delas.
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Laurence Dutton/Getty Images 2. Preste atenção às suas atitudes em relação aos contratempos
Muitas atitudes em relação às adversidades parecem declarações factuais. “Essas pessoas são assim.” “Meu filho nunca…” “Eu não sou o tipo de pessoa que…” Observe esses pensamentos habituais e se pergunte se são verdadeiros. Reconheça suas suposições pelo que são e veja se algo muda quando você se abre para outras possibilidades.
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Westend61/Getty Images 3. Atenção à regra da pausa
Quando você se sentir desequilibrado devido a uma situação desafiadora, faça uma pausa. Pare o que estiver fazendo e respire lentamente, observe o que está acontecendo ao seu redor e em sua mente e, em seguida, escolha como proceder.
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Reprodução/Forbes 4. Faça conexões e aceite ajuda
Valorize os relacionamentos com parentes e amigos próximos. Busque apoio quando necessário.
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Westend61/Getty Images 5. Monitore as armadilhas mentais
Quaisquer que sejam seus icebergs mentais, faça uma pausa, rotule-os e se redirecione. Ou seja, se você se sentir paralisado pelo medo, reconheça este fato e, em seguida, concentre-se novamente em algo útil a ser feito para recomeçar.
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Jose Pelaez/Getty Images 6. Cultive uma visão positiva de si mesmo
Pegue o seu eu crítico em ação, deixe-o de lado e concentre-se em seus próprios pontos fortes. De qualquer forma, gostaria de ter feito diferente, mas não fiz. Qual seria a melhor maneira de agir agora?
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Westend61/Getty Images 7. Procure aceitar que a mudança e a incerteza fazem parte da vida
Um equívoco comum que prejudica o bem-estar e a resiliência é lutar contra tudo o que está realmente além do nosso controle. Mesmo quando algo perturbador acontece, separe a experiência real de uma expectativa mais ampla de que aquilo “não deveria” ter acontecido.
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Westend61/Getty Images 8. Desenvolva metas e tome medidas decisivas
Em vez de se desligar e desejar que o estresse desapareça, seja proativo. Quando as tarefas parecerem inatingíveis, pergunte-se: o que está ao meu alcance para me mover na direção que quero ir?
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Westend61/Getty Images 9. Cuide-se
Envolva-se em atividades que você goste e considere relaxantes. Cuidar de si mesmo ajuda a manter a mente e o corpo preparados para a resiliência.
1. Preste atenção em como você enfrenta os desafios
Frequentemente, reforçamos os momentos desagradáveis de maneiras que eles se tornam ainda mais difíceis. Observe como seu corpo se sente, suas emoções e para onde vão seus pensamentos. Você está projetando anos de dificuldade no futuro? Você se arrepende ou se ressente de algo? Além disso, comece a separar sua perspectiva da própria experiência. As crianças aprendem mais com o que você faz do que com o que você diz, de modo que sua resiliência – a maneira como elas vêem você abordar a adversidade – afeta o comportamento delas.
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