Apesar da evolução tech, porém, quando perguntados sobre os desafios de adoção das novas tecnologias, a maioria das respostas dos executivos tem a ver com a necessidade de talentos qualificados, altos custos de recrutamento desses profissionais e déficits de competências.
O relatório da KPMG entrevistou 2,2 mil executivos e descobriu que aqueles que aderiram à transformação digital estão rapidamente se separando entre líderes e retardatários. Até hoje, somente 7% registraram lucratividade ou melhora de performance acima de 11% por terem conquistado esse novo patamar.
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Pandemia trouxe inovação
A KPMG descobriu que a grande maioria das companhias saiu da pandemia com infraestruturas tecnológicas muito mais sofisticadas e modernas. Por exemplo, 88% dos entrevistados reportaram ter adotado, migrado e implementado sofisticados sistemas de nuvens de dados.
Andrew Whytock, participante da pesquisa e diretor de digitalização na divisão farmacêutica da Siemens, cristalizou a importância da necessidade de recrutamento, treinamentos e retenção de talentos. Ele explica: “É bom ter uma grande estratégia de tecnologia, mas os funcionários estão tendo dificuldades para encontrar pessoas que executem seus planos”.
Além da necessidade de crescimento, o problema com a falta de funcionários se estende à necessidade de fortalecer a cibersegurança da empresa. Aproximadamente 60% dos entrevistados contaram que suas metas em cibersegurança estão atrasadas. Quando questionados sobre os desafios internos desses atrasos, eles indicaram a falta de competências-chave e obstáculos culturais como os principais fatores.
Relaxados controles tecnológicos e aceleradas pressões estratégicas são uma perigosa mistura. Para ter sucesso, empreendimentos digitalmente maduros precisam dos talentos mais bem desenvolvidos em culturas de apoio para desbloquearem o potencial transformador dos investimentos de tecnologia feitos pelas companhias.
Ações relevantes
Estas são três formas com que líderes podem suprir essa falta de talentos e melhorar a cultura do ambiente de trabalho.
Por exemplo, a Lowe’s, empresa norte-americana do ramo de materiais de construção, confia na sua política de compartilhamento de lucros “Ganhando Juntos” (Winning Together, em inglês) para estimular inovação e crescimento. O Walmart e a Ford preencheram cargos de diretoria e chefia com candidatos externos que têm experiências em carreiras de tecnologia. Essas entradas de novos talentos podem revitalizar culturas e empregados mais resistentes a mudanças.
2. Junte a expertise nos negócios com a funcionalidade da tecnologia. Companhias deveriam ir além das discussões não relevantes. Quando as prioridades estratégicas são colocadas à frente, a dinâmica entre CIOs, CFOs e as operações criam tensões competitivas impossíveis de evitar. CIOs iriam se beneficiar muito por ter seus próprios gestores de negócios e consultores internos ao invés de ter analistas de serviços compartilhados.
Combinar essas habilidades com conhecimento em tecnologia é essencial para as prioridades corporativas e para crescer na utilização de tecnologias e no sucesso estratégico. Funções tecnológicas bem lideradas liberam CIOs para focarem mais em estratégias, em terem tempo com outros executivos e em oportunidades para auxiliarem colegas a melhorar a companhia.
Sem a necessidade de infraestruturas corporativas de aprendizado e caros investimentos em treinamentos, líderes podem buscar meios sem custos para incorporar a expertise dos negócios nas atividades da rotina de trabalho. Por exemplo, equipes podem ouvir ligações de análise de ganhos de suas companhias, de competidores e de outros empreendimentos notáveis. Essas relevantes perspectivas ajudam os empregadores a melhor compreenderem estratégias, processos e performances (o porquê, o como e o quão bem do mundo dos negócios) – os fundamentos de empreendimentos bem administrados.
Essas três ideias fortalecem que o sucesso depende tanto do desenvolvimento de pessoas quanto do investimento em tecnologias. Sem essa perspectiva, a transformação digital pode acabar se tornando um outro projeto tecnológico lembrado por promessas não cumpridas, altos custos e poucos resultados.
Realidade difícil
As últimas descobertas do estudo da KPMG chamam a atenção dos líderes sêniores para reconhecer que o sucesso da transformação digital depende de preencher lacunas de talentos qualificados e de construir uma cultura de sucesso. Em alguns casos, o período de implantação não podia ser pior: altas taxas de juros, inflação, riscos de cibersegurança e tendências de “quiet quitting”.
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