Depois de o CEO da Apple, Tim Cook, impor que os funcionários voltassem ao escritório pelo menos três vezes por semana no ano passado, a resposta foi uma petição pela continuidade do home office. Enquanto líderes continuam a pedir o retorno ao presencial, 85% dos profissionais dizem que trocariam de emprego por mais dias de home office, segundo uma pesquisa da HR Tech Infojobs com o Grupo Top RH.
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O estudo foi feito em abril deste ano com a participação de mais de mil respondentes e o objetivo de analisar o sentimento de quem voltou ao modelo presencial. A maioria (65,4%) dos entrevistados reside no sudeste, tem entre 25 a 44 anos e atua nos setores de tecnologia (20%), serviços (16,4%) e financeiro (11,3%).
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Entre os respondentes, 47,2% estão em modelo 100% presencial, 33,2%, em modelo híbrido, e 19,5%, 100% remoto.
Daqueles que atuam em algum formato que contempla idas presenciais, 55,7% afirmam que vão presencialmente de 5 a 6 vezes por semana, e 23,7%, de 3 a 4 vezes.
Para a maioria, trabalho presencial é menos produtivo
O argumento usado pelo CEO da Apple e outros líderes é que o trabalho presencial é essencial para a inovação e a colaboração. Mas estudos têm mostrado que políticas de trabalho flexíveis estão funcionando – o que não funciona, na verdade, é impor um regime de trabalho sem dar voz aos funcionários e suas vontades.
A pesquisa da Infojobs e do Grupo Top RH revela que 58,3% dos profissionais se sentem menos produtivos ao final de um dia de trabalho presencial, enquanto 21,3% se sentem mais produtivos. Para 64,4% dos entrevistados, a qualidade de vida piorou ao voltar para o escritório.
E a empresa não consultou a opinião dos colaboradores antes de estabelecer como regra os modelos presencial ou híbrido na maioria (78,5%) dos casos, e muito menos criou ações visando uma melhor gestão e engajamento nesse processo. Horários flexíveis, iniciativas voltadas para o bem-estar e saúde mental e restauração do escritório foram as principais citadas por aqueles cujas empresas instauraram novas práticas com esse objetivo.
Cultura e engajamento no home office?
Apesar do receio dos líderes de que o trabalho remoto possa prejudicar a cultura da empresa, 45,8% dizem discordar totalmente disso. Em uma pesquisa do Future Forum, consórcio do Slack focado no futuro do trabalho, com mais de 10 mil trabalhadores globais, 25% dos executivos disseram que “a cultura é impactada negativamente” como uma das principais preocupações em oferecer mais flexibilidade para os funcionários.
No entanto, em comparação com os 35% de funcionários que estão 100% no escritório, profissionais em modelos de trabalho flexíveis têm igual ou maior probabilidade de se sentirem conectados às suas equipes diretas e aos valores da empresa, constatou a pesquisa.
Regimes de trabalho remoto e híbrido exigem, sim, uma preparação por parte das lideranças. Mas, independentemente do modelo de trabalho, os líderes estão preparados para fazer a gestão nesses ambientes, segundo 49,3% dos respondentes da pesquisa da Infojobs e do Grupo Top RH, contra apenas 16,4% que discordam totalmente.
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