Esse tipo de posição com olhar 360º, segundo ela, continua avançando na comunicação e no marketing, áreas cada vez mais inseridas no negócio. “Sendo capaz de olhar para uma marca de maneira mais holística (negócios, inovação em produtos e serviços, ESG, cultura, etc), a gente (como agência) entrega com mais impacto – para nós e para os nossos clientes.”
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Forbes: O que você diria, em termos de formação e experiência, para alguém com a ambição de chegar a uma posição como a sua?
Ana Kuroki: É importante ter formação, seja formal ou informal, e experiência em áreas ligadas à comunicação e criatividade. Os bons estrategistas são aqueles que conseguem aterrissar pensamentos, dar contorno e sentido a insights, costurar ideias. Então é importante ter conhecimento de técnicas de narrativas, contação de histórias, análise de informações, pesquisas, dados, boa escrita e raciocínio lógico. Também tem que ter entendimento sobre diferentes formatos de comunicação – o papel do vídeo, texto, post, apresentação. Ter experiência com gestão de pessoas, conexão de áreas diversas, trabalhos multidisciplinares e colaborativos também ajudam a desenvolver esse músculo de “costuras do invisível” o tempo todo.
F: Esse tipo de cargo está mais presente em algum setor ou categoria de empresa específicos? Deve ganhar mais visibilidade daqui pra frente?
F: Como foi sua trajetória de carreira?
AK: Sou uma estrategista de comunicação e sempre trabalhei como uma conectora entre pessoas, cultura e comportamento e marcas e comunicação. Fiz isso em diferentes contextos, mas sempre testando o papel de uma estrategista – seja em agências de propaganda, consultorias ou clientes. Comecei a minha carreira em agência de propaganda, mas também passei por uma consultoria de consumer insights e pesquisa da comportamento (a Limo Inc), Google, como líder criativa, e Mesa Company, como líder de solução e branding e cultura.
F: Qual a sua formação?
F: Como essa formação e suas experiências anteriores te trouxeram até esse cargo?
AK: Acredito que estrategista é uma capacidade curinga. Tudo ou quase tudo no mundo precisa de alguém pensando estrategicamente, o que é ligar os pontos, amarrar informações ou traduzir coisas complexas em algo simples de se entender. Acho que isso, somado ao fato de ser muito inquieta, fez avançar minha atuação para além da estratégia de comunicação em quase todos os lugares pelos quais passei. Por exemplo, no Google eu tinha o papel de liderar um time de criativos, mídia e pesquisa e a agência parceira para iniciativas de comunicação de produtos Google. Ou seja, tive que expandir meu papel de estrategista para “cliente e dona de produto” e pensar em como estruturar as melhores narrativas.
Na minha segunda temporada na Y&R, tive o desafio de repensar o fluxo de trabalho entre planejamento, criação e oportunidades de inovação. Na Mesa, para além de ser líder de solução, liderei iniciativas de branding (incluindo o lançamento de um Livro da Mesa), cultura (criei rituais de assimilação de cultura da empresa), educação e desenvolvimento de treinamento de liderança, as soft skills, e diversidade, equidade e inclusão – criando trilhas, parcerias e sessões de letramento de time da Mesa para responder a um big desafio – ‘como sermos lideranças mais inclusivas e liderar times diversos’.
F: O que é ser VP de estratégia, solução e impacto?
AK: VP de estratégia é liderar a área de planejamento estratégico da agência, responsável por conectar pessoas, cultura e marcas por meio da comunicação. Solução e impacto é algo absolutamente novo e ainda não existe nas agências. A ideia é que paralelamente à área de estratégia exista um núcleo que atenda a demandas e problemas dos clientes que ultrapassem a propaganda, ou seja, que pensemos em solução. E aí, sendo capaz de olhar para uma marca de maneira mais holística (negócios, inovação em produtos e serviços, ESG, cultura, etc), a gente (como agência) seja capaz de entregar mais impacto – para nós e para os nossos clientes.
F: O que isso significa, na prática, para os negócios?
F: Como funciona isso no dia a dia da profissão? Quais suas atribuições e responsabilidades?
AK: Eu diria que tenho dois grandes movimentos e atribuições no meu dia a dia: 1. ser uma grande conectora de times e áreas para entregarmos as melhores ideias (com alinhamento com time do cliente, atendimento, planejamento, criação, mídia) e 2. ser uma aceleradora de novos jeitos de trabalhar e novos parceiros – especialistas externos à Africa que trazemos para nos ajudar a criar uma solução mais ampla quando necessária.
F: Qual a importância desse tipo de profissional e função para uma empresa?