Quando a liderança promove uma cultura de positividade tóxica no ambiente de trabalho, isso pode afetar negativamente a equipe. A pressão para relevar experiências ruins e fingir ser alguém “diferente” pode acabar por levar profissionais ao esgotamento.
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Como a positividade tóxica afeta os trabalhadores
“O trabalho duro compensa no final”, “Você é capaz de mais do que imagina” ou “o sucesso vem para aqueles que acordam cedo”. Essas podem ser frases cansativas de se ouvir de um superior. Em vez de motivar as pessoas com um falso senso de entusiasmo, os funcionários podem ficar desengajados, frustrados e fingir que estão felizes para se conformar às circunstâncias. Isso pode ter um impacto negativo no ambiente de trabalho em geral, pois os problemas reais são negligenciados já que ninguém quer apontar os equívocos que acontecem com frequência.
A positividade tóxica pode acabar fazendo com que os profissionais sintam que a culpa por um problema é deles. Como todo mundo está aparentemente feliz no trabalho, você passa a se sentir deslocado no seu emprego. Se seu chefe o pressiona para ser feliz, isso fará com que você se sinta alienado e desconectado da empresa.
Muitas vezes a falta de sintonia com seus superiores pode resultar em um isolamento intencional da sua parte. Sentindo-se excluído por não se sentir igual aos outros colegas, o resultado do seu trabalho será prejudicado. Como muitos outros profissionais certamente estão na mesma situação que você, o engajamento e a produtividade da sua equipe vão despencar.
O que fazer quando a positividade tóxica reina no seu trabalho
A liderança corporativa deve agir quando problemas do tipo foram levantados. Caso contrário, a equipe ficará cheia de seguidores que têm muito medo de falar o que pensam. Muitos começarão a procurar novos empregos e será difícil reter os bons funcionários.
Os gerentes devem manter contato constante com suas equipes e ter conversas abertas e honestas. Lideranças, mesmo que adeptas à positividade, devem apoiar a maneira que seus funcionários pensam, mesmo que ela não esteja alinhada com a cultura predominante no ambiente profissional. Se não for permitido ser quem o empregado realmente é, as pessoas vão começar a sair. Elas irão para outra empresa que as valoriza por quem são, onde não precisam mais fingir ser alguém que não são.
* Jack Kelly é colaborador sênior da Forbes USA. Ele é CEO, fundador e recrutador executivo da WeCruitr, uma startup de recrutamento e consultoria de carreira.