Profissionais deixam medo de lado, abraçam hype e veem IA como aliada

11 de julho de 2023
Getty Images

Apesar das demissões nos setores de tecnologia e mídia, especialista diz que há abundância de empregos em IA (Inteligência Artificial)

O avanço da inteligência artificial tem causado uma mistura de entusiasmo e medo conforme a tecnologia se torna parte das nossas vidas. Alguns dizem que ela traz um risco para a civilização como a conhecemos, enquanto outros insistem que ela transformará para melhor a maneira como trabalhamos, vivemos e interagimos uns com os outros. A parte indiscutível é que a IA não apenas veio para ficar, como também está em ascensão. 

Trabalhos com IA estão em alta

James Neave, chefe de ciência de dados da plataforma de empregos Adzuna, afirmou que os EUA tiveram mais empregos em IA em junho do que qualquer outro país desde 2022, segundo o relatório de empregos e dados da própria plataforma. “Nos EUA, os mercados ainda são impulsionados pelo hype da IA”, afirma. 

“Em comparação com outros países, vemos que os EUA tiveram o maior número de vagas de emprego citando Inteligência Artificial (169.045 empregos) e Inteligência Artificial Generativa (3.575 empregos) em junho. Para referência, na Índia havia 25.900 empregos citando IA e, no Reino Unido, havia 16.825 empregos em IA em junho”, completa Neave.

Apesar das demissões nos setores de tecnologia e mídia, a realidade, segundo Neave, é que há abundância de empregos em IA. “As pessoas que procuram cargos com altos salários devem ficar de olho na IA na segunda metade do ano”, afirma. “Com base na pesquisa da Adzuna, o salário médio anual de empregos citando IA é de US$ 146.244 (R$ 712.632). Esperamos que as empresas continuem postando mais anúncios para funções que trabalham com IA Generativa, ChatGPT e chatbots no decorrer deste ano”, completa.

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De olho nessa tendência, a cidade de Nova York aprovou uma nova lei exigindo que as empresas que usam software de IA nas decisões de contratação e promoção notifiquem os candidatos. Apesar do alerta inicial sobre os perigos dessa tecnologia, a tendência parece mudar, com alguns insistindo que a criticada IA é um grande benefício para os negócios, podendo ser a chave para facilitar os trabalhos em vez de eliminar empregos

Amigo ou inimigo?

Assim como faz a Leena IA, assistente de trabalho projetada para ajudar o RH de empresas, a inteligência artificial pode se tornar o assistente pessoal virtual das pessoas, automatizando desde a integração até o gerenciamento de desempenho, liberando a equipe para se concentrar em iniciativas mais estratégicas. 

A IA pode ajudar nas tarefas diárias automatizando tarefas repetitivas, fornecendo análises e insights de dados, personalizando as experiências do cliente, melhorando os serviços de saúde e simplificando os processos de recrutamento. A Lenna AI usa IA generativa de ponta para produzir respostas semelhantes às humanas para uma variedade de tarefas, desde o preenchimento automático de emails até a geração de relatórios detalhados e a recomendação de estratégias com base nos dados de desempenho de negócios existentes.

Embora já se tenha falado muito sobre a IA substituindo empregos, um estudo recente com 1.200 funcionários dos EUA feito pela empresa de sistemas de software Amdocs descobriu que muitas pessoas, em vez de se preocuparem com a IA roubar seus empregos, estão adotando proativamente essa tecnologia para facilitar seu trabalho. Mais de dois terços (66%) dos trabalhadores desejam que seus empregadores ofereçam soluções de IA. Mais especificamente, os funcionários gostariam de ver a inteligência artificial ajudá-los a:

  • Agendar reuniões e concluir tarefas de assistente (18%)
  • Fazer seu trabalho melhor e mais rápido (51%), incluindo agendamento de reuniões ou tarefas de assistente (18%)
  • Melhorar sua vida pessoal e profissional (28%)
  • Ajudar no seu crescimento na carreira (58%)
  • Treinar em novas áreas para aumentar seu conjunto de habilidades (28%)
  • Digitalizar seu currículo e procurar novas vagas dentro da empresa (30%)

O estudo descobriu que, assim como os funcionários mais jovens e os profissionais de tecnologia sejam os mais propensos a adotar a IA no local de trabalho, as gerações mais velhas apresentam grande resistência. Na verdade, quase metade (44%) das pessoas de 55 a 64 anos não tem interesse em usar IA no trabalho.

Ainda assim, a IA veio para ficar e, ao que tudo indica, o mercado está cada vez mais ciente de que a IA faz parte do futuro do trabalho.

*Bryan Robinson é colaborador da Forbes. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento. 

(Traduzido por Fernanda de Almeida)