Com mais de 16 anos de carreira voltados para o assunto, o executivo observou o boom da sua área de atuação recentemente. “Com as novas tecnologias, as demandas por novos profissionais têm aumentado, e vejo mais executivos falando em IA por conta do sucesso que teve o ChatGPT.”
Caetano iniciou sua carreira no mercado financeiro, que ensaiava a digitalização com o avanço tecnológico, acelerados na pandemia. “Os bancos e fundos começaram a contratar pessoas que sabiam programar. Era para essa direção que o mercado estava andando. Então eu comecei a programar, sozinho.”
Aqui, o novo Chief Data Officer mostra as principais habilidades para quem busca uma trajetória em tecnologia e os desafios que precisou vencer para assumir a liderança.
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Forbes: Como sua formação te ajudou a construir sua carreira em tecnologia?
F: O que você destaca que é importante para ser um executivo de tecnologia, dados e voltado para IA?
SC: Acho que uma formação de exatas, engenharia, computação, ajuda bastante. Eu vim da área de humanas, mas economia tem um pé na parte quantitativa. É importante que você tenha uma formação que lide bastante com números, a matemática precisa ser natural e fazer parte do seu dia a dia. Isso vai te levar a um certo nível na sua carreira em que invariavelmente você vai precisar ter uma visão de negócios, como fazer para gerar resultado dentro da empresa. E aí é como se tivesse uma chavinha que vira na sua cabeça, e as ferramentas, metodologias, técnicas e entregas passam a se tornar secundárias diante do que realmente importa: gerar valor na conta. Essa parte é muito rara, eu mesmo aprendi isso com experiência da vida, não foi algo que me ensinaram na universidade – embora tenha feito um curso de MBA na FGV que ajudou a abrir minha mente.
F: Quais oportunidades você observa hoje nessas áreas?
F: Ao longo da sua trajetória, quais habilidades você precisou desenvolver?
SC: Com certeza e de longe a capacidade de me comunicar. Passei boa parte da minha carreira atrás de um computador escrevendo código, e até na consultoria atendia menos clientes do que outros consultores. Passava mais tempo nos porões, como a gente brincava, escrevendo código. Conforme fui crescendo na carreira e liderando pessoas, fui percebendo que os problemas não eram mais de tecnologia, de programação, mas de alinhamento e comunicação, sobre como fazer as pessoas cantarem a mesma música e irem em direção à minha visão. É um negócio que vou precisar continuar evoluindo para sempre.
F: O que você busca em um profissional para a sua equipe hoje?
F: Como os líderes devem agir para implementar a IA nas empresas e nas rotinas das suas equipes? Quais as suas maiores dificuldades nesse sentido?
SC: O primeiro desafio é um alinhamento no nível dos C-Level. Onde os executivos vão colocar os esforços para alavancar uma estratégia de IA na empresa? Quais áreas da empresa mais necessitam de recurso e podem ter mais impacto? Depois, vem outro alinhamento, sobre como as lideranças vão operar decisões que usem IA no seu dia a dia. É muito diferente montar um produto que gira em torno de AI, diferente de um tradicional de tecnologia, porque você precisa treinar o modelo, evolui-lo ao longo do tempo. Então os líderes precisam entender como tomar decisões em ambiente de incerteza para entregar valor. O terceiro componente é a dificuldade de encontrar profissionais, porque é um mercado muito aquecido. E quarto, o budget: a empresa tem que estar alinhada com relação ao valor que vai ser investido nisso. Sem um budget adequado e bem acordado na implantação, as iniciativas tendem a ser muito tímidas, e acabam não gerando o impacto necessário.
F: Qual foi o turning point da sua carreira?
Por quais empresas passou
LCA Consultores (10 anos), Nubank (3 anos), iFood (4 anos e meio) e agora PicPay
Formação
Economia na USP e MBA em administração de empresas pela FGV
Primeiro cargo de liderança
Na LCA Consultores, liderando pessoas que não eram necessariamente economistas, mas profissionais de tecnologia.