Estudos anteriores já haviam sugerido esse fenômeno. Por exemplo, indivíduos chamados Dennis estavam muito representados entre os dentistas listados no site da Associação dos Dentistas Americanos. Da mesma forma, pessoas com nomes como Lauren ou Lawrence representavam uma proporção maior de advogados (lawyers, em inglês) do que a média, de acordo com o banco de dados da American Bar Association, a maior associação de advogados do mundo.
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Pessoas chamadas George e Geoffrey também tinham maior probabilidade de publicar artigos em revistas científicas relacionadas às geociências, e indivíduos chamados Louis exibiram uma maior inclinação de residir em St. Louis, cidade no estado americano do Missouri.
Como foi feita a pesquisa
O estudo mais recente examinou todos os primeiros nomes no site da Administração da Segurança Social dos EUA, 508 profissões e 14.856 cidades. A pesquisa foi feita com os primeiros nomes (e não com os últimos) porque a maioria das pessoas mantém aqueles ao longo da vida.
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Os pesquisadores usaram algoritmos de processamento de linguagem para determinar como os primeiros nomes, ocupações e cidades foram associados no Common Crawl (um banco de dados de rastreamento da web), no Twitter e no Google News.
“Determinismo nominativo”
Em geral, tendemos a preferir letras que aparecem em nosso nome do que aquelas que não aparecem, e gostamos especialmente das primeiras letras de nossos nomes e sobrenomes. Segundo os pesquisadores, essa preferência foi estabelecida em 14 países.
Os resultados sugerem que as nossas escolhas de vida não estão relacionadas à tomada de decisões totalmente racionais.
Diferença de gênero
Curiosamente, os homens eram mais propensos do que as mulheres a optar por profissões com base na primeira letra do seu nome. No entanto, quando os pesquisadores analisaram os dados por década, descobriram que essa diferença de gênero era mais pronunciada no início do século XX.
À medida que as mulheres adquiriram mais liberdade para escolher as suas carreiras, a diferença de gênero diminuiu. Isso indica que a capacidade de escolher profissões não mudou muito para os homens ao longo do tempo. “No entanto, para as mulheres, um efeito crescente do determinismo nominativo mostra que a sua capacidade de escolher uma profissão que corresponda ao seu nome aumentou”, afirmam os pesquisadores.
Como não existia Twitter ou Google News no início do século XX, eles analisaram informações do Google Livros em materiais escritos entre 1900 e 2000.
*Kim Elsesser é colaboradora sênior da Forbes USA. Ela é especialista em vieses inconscientes de gênero e professora de gênero na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles).
(Traduzido por Fernanda de Almeida)