Os primeiros resultados, divulgados pela 4 Day Week Brazil e Reconnect Happiness at Work, consultoria que lidera o projeto no Brasil, são positivos. Demonstram melhorias com relação à energia dos profissionais no trabalho (82,4%), execução de projetos (61,5%), criatividade e inovação (58,5%) e redução do estresse (62,7%).
- Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Hilmar Júnior, analista de suporte da Vockan, se adaptou bem à nova rotina com a sexta-feira livre. Percebeu maior produtividade e mais energia no início da semana. “Com um dia útil disponível, consigo resolver questões particulares, como médicos e compras, e o final de semana acaba sendo inteiro para a família”, diz. A empresa brasileira de sistemas de gestão empresarial adotou a semana de 4 dias de trabalho em novembro de 2022 e entrou para o projeto-piloto este ano.
Os resultados, até o momento, acompanham os estudos feitos em outros países, que apontam benefícios nas entregas, para os clientes e também para a saúde dos funcionários, como menos burnout e mais qualidade de vida. “Para ter sustentabilidade nos negócios, a gente precisa trabalhar a sustentabilidade humana, e isso envolve fazer mudanças”, afirma Rivetti.
Leia também:
- Bill Gates tem razão? Como seria a semana de trabalho com 3 dias
- Veja quais empresas fazem parte do teste da semana de 4 dias no Brasil
Desafios da semana de 4 dias
Adaptar a rotina de trabalho para uma semana mais curta tem benefícios, mas também é um desafio para gestores e funcionários. “Redesenhar o tempo dá trabalho”, afirma Rivetti, que acompanhou todo o processo. “Os líderes tiveram o desafio de rever as métricas que tinham no passado e colocar uma lupa nos resultados.”
Os participantes do piloto passaram por uma fase de planejamento e reorganização da prática de trabalho, coordenada pela 4 Day Week Brazil em parceria com a 4 Day Week Global, que lidera os projetos ao redor do mundo.
O processo envolveu três meses de workshops, sessões de facilitação e mentorias. “Trouxemos especialistas em inteligência artificial para que as pessoas pudessem otimizar processos, discutimos sobre reuniões, comunicação assíncrona e momentos de hiperfoco. Tudo isso fez as pessoas trabalharem melhor”, diz Rivetti.
Enquanto 43,1% reduziram o tempo de trabalho imediatamente, outras empresas precisaram de adaptação. As companhias trabalham em diferentes modelos (40,2% estão em regime presencial, 34,4% trabalham de forma remota e 25,4% têm modelo de trabalho híbrido) e escolheram o melhor dia para reduzir a semana. A maioria (60,2%) optou pela folga às sextas-feiras, 22,1%, às segundas-feiras, e 12,2%, às quartas-feiras.
Primeiros resultados do piloto
Com a maioria das empresas chegando à metade do período experimental da semana de 4 dias, foram divulgadas as primeiras percepções das empresas e dos profissionais em relação ao piloto. Veja:
Impacto no trabalho
- 61,5% observaram melhoria na execução de projetos;
- 44,4% melhoria na capacidade de cumprir prazos;
- 58,5% melhoria na criatividade e inovação;
- 33,3% melhoria na capacidade de angariar clientes.
Impacto no bem-estar
- 82,4% tiveram mais energia para realizar suas tarefas;
- 62,7% redução do estresse no trabalho;
- 64,9% redução do desgaste no final do dia;
- 67% redução na ansiedade semanal.
Impacto na saúde
- 64,5% reduziram a exaustão frequente por causa do trabalho;
- 46,3% praticaram exercício mais de 3x na semana;
- 27,1% aumento de quem dorme mais de 8 horas por noite;
- 50% redução na insônia
Impacto no social
- 78,1% de aumento da energia para família e amigos;
- 57,9% conciliaram melhor a vida pessoal e profissional;
- 85,4% mais colaboração;
- 44% melhoria na relação com o gestor/líder.
Os dados intermediários foram recolhidos na metade do piloto, no início de abril.
As empresas concluirão o piloto no final de junho, quando uma nova pesquisa quantitativa será realizada com todos os colaboradores, além de entrevistas qualitativas com a alta liderança para avaliar o piloto e sondar os próximos passos. “A ideia é refinar os dados e entender qualitativamente o que está acontecendo com cada uma das empresas e quais segmentos têm mais dificuldades”, diz Rivetti.