A nova tendência desafia o velho ditado: “Nunca misture negócios e prazer”. A ideia é aproveitar a flexibilidade do trabalho remoto e manter a rotina profissional diretamente de uma espreguiçadeira à beira da piscina, por exemplo.
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
De acordo com a RVshare, plataforma online que funciona como um mercado de aluguel de trailers nos Estados Unidos, as “férias clandestinas” estão se tornando mais comuns entre trabalhadores remotos.
É certo tirar “férias silenciosas”?
À primeira vista, pode parecer que os trabalhadores remotos estão aproveitando seus horários flexíveis e deixando de lado suas obrigações. Mas será que realmente importa onde você está trabalhando, contanto que você cumpra as horas e faça seu trabalho? Talvez. “O espírito do trabalho remoto deve ser ‘fazer o trabalho’. Se o funcionário estiver atingindo seus objetivos, seu contexto ou localização específica não deverá importar”, diz Ed Thompson, fundador e CEO da Uptimize.
Do lado dos trabalhadores remotos, existem pelo menos quatro boas razões pelas quais eles acreditam que é algo positivo:
- Ao combinar trabalho e lazer, os trabalhadores remotos dizem que ficam mais produtivos porque estão mais relaxados e criativos.
- Para eles, não importa se estão no escritório ou na praia desde que cumpram o horário de trabalho e as entregas.
- Alguns acreditam que as “viagens silenciosas” podem ajudar a prevenir o burnout e são positivas para a retenção, evitando que os trabalhadores remotos deixem os seus empregos.
- Os defensores acreditam que essa tendência tem o potencial de aumentar o moral entre os trabalhadores remotos e contribuir para um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
De acordo com as descobertas de uma pesquisa sobre burnout do MyPerfectResume, 20% dos profissionais pensam em abandonar o emprego diariamente e 88% dizem que estão esgotados no trabalho. “O esgotamento é comum, mas subestimado. Talvez os funcionários sintam que é necessário tempo para recarregar as baterias, mas isso não é compreendido pelos gestores ou colegas”, afirma Thompson.
- Trabalhe viajando: 16 países com vistos de nômade digital para freelancers
- Burnon ou burnout? Entenda novo termo que define estresse crônico no trabalho
Diferentes visões sobre produtividade
Um estudo da Owl Labs, empresa que fabrica dispositivos de videoconferência em 360°, conduzido no ano passado com 2.050 trabalhadores americanos, encontrou uma discrepância entre o que os gestores e os trabalhadores remotos pensam sobre produtividade.
As conclusões mostraram que 60% dos líderes estão preocupados que os trabalhadores sejam menos produtivos remotamente, enquanto 62% dos profissionais dizem que se sentem mais produtivos no trabalho remoto.
Segundo a pesquisa, 55% dos funcionários disseram que dedicam mais horas trabalhando remotamente do que no escritório. Além disso, 83% dos trabalhadores remotos sentem que operam no mesmo nível ou em nível superior nesse regime.
*Bryan Robinson é colaborador da Forbes US. Ele é autor de 40 livros de não-ficção traduzidos para 15 idiomas. Também é professor emérito da Universidade da Carolina do Norte, onde conduziu os primeiros estudos sobre filhos de workaholics e os efeitos do trabalho no casamento.