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É possível fazer exatamente a mesma coisa para parear os satélites ao redor da Terra – e isso já foi colocado em prática. O GRACE (Recuperação de Gravidade e Experimento Climático, em português) é uma missão da NASA para fazer isso de forma precisa. Um par de satélites lançado em 2002, que mandava e recebia micro-ondas entre eles, media precisamente a distância entre um e outro, com uma sensibilidade micro (muitas vezes menor do que a largura de um fio de cabelo). Graças à comunicação com satélites GPS, os satélites GRACE estavam aptos a comunicar com precisão suas posições em órbita ao redor da Terra (com uma exatidão próxima a um centímetro), e seus movimentos relativos a eles mesmos.
Próxima missão - batizada de GRACE-FO - dará continuidade ao monitoramento e aumentará a precisão drasticamente, utilizando feixes de luz em vez de micro-ondasVEJA TAMBÉM: NASA publica vídeo 4K da Terra
Ambos os experimentos foram capazes de gerar mapas da força do campo gravitacional da Terra a partir de suas localizações em órbita. Além disso, os dois foram além. O GOCE monitorou a movimentação dos oceanos e o GRACE também serviu como experimento climático. Isso porque essas mensurações gravitacionais precisas podem também afetar o deslocamento da água em todo planeta. Não só a água da superfície ou a quantidade nos oceanos, mas a água subterrânea, localizada nas reservas.
O GRACE tem, ainda, uma missão de acompanhamento, prevista para ser lançada este ano – o GRACE-FO. A ideia é dar continuidade ao monitoramento e aumentar a precisão drasticamente, utilizando feixes de luz para descobrir as distâncias entre os satélites em vez de micro-ondas. Ele vai ajudar também na contínua vigilância do nosso frágil fornecimento de água, a exemplo do original GRACE. Afinal, nem todos os satélites duram 15 anos.