A China esteve muito presente nos noticiários esportivos nos últimos anos graças às compras de jogadores para a sua recém-criada Super Liga. De acordo com o mais recente relatório do sistema de transferências da FIFA (FIFA TMS), em 2016 eles investiram R$ 1,4 bilhão subindo da vigésima para a quinta posição no ranking mundial de compradores. Quatro das dez transferências mais caras do ano foram para clubes chineses.
Mas os gastos com jogadores não são nada comparados às compras de clubes. Os chineses já investiram o quíntuplo em clubes. Foram mais de R$ 6,3 bilhões em participações em clubes da Espanha, França, Inglaterra, Itália, Holanda e República Checa.
Há varias explicações para o entusiasmo.
LEIA MAIS: Trump e a Olimpíada de 2024: o que muda na disputa com a vitória do republicano
A determinação do governo em tornar a China um dos países mais importantes do futebol mundial até 2050 é a principal.
Para tal, ordenou a implementação de medidas necessárias para concretizar seu sonho.
Os planos, como quase tudo na China, são ambiciosos. Incluem focar o ensino de vinte mil escolas primárias no futebol, construir no mínimo dois campos profissionais em cada cidade, duplicar a quantidade de árbitros e criar ligas amadoras nas cem maiores cidades do país.
Além destes investimentos de base, há ainda a estratégia de criar interesse no esporte através de uma liga nacional competitiva, a Super Liga Chinesa. Daí os investimentos em jogadores.
Mas nem só de nacionalismo vive o futebol chinês. Outra razão para este entusiasmo é o fato do futebol europeu oferecer excelentes retornos, além de ser uma opção viável e patriótica de investimentos no exterior.
E o que isto representa para os clubes da Europa?
Primeiro, muito dinheiro. Recursos para comprar jogadores, renovar estádios, investir nas categorias de base e em centros de treinamento. O futebol europeu tende a melhorar ainda mais, aumentando a sua supremacia mundial.
SAIBA MAIS: Rio 2016: a melhor ou a pior Olimpíada da história?
Até agora, não há sinais de regulamentação por parte da UEFA nem de desaceleração nos investimentos.
Quem sabe ainda não veremos uma final da Liga dos Campeões jogada em Pequim?
Ricardo Fort é um colaborador de FORBES Brasil. Sua opinião é pessoal e não reflete a visão editorial de FORBES Brasil.