Os enfoques do tratamento para o envelhecimento, com ênfase no rosto, foram analisados em 5 de março durante o evento Aging Gracefully, em Orlando, Flórida. Nove palestrantes abordaram os tratamentos preventivos e antienvelhecimento em pessoas mais jovens, as reações dos diferentes tipos de pele ao processo de envelhecimento e os tratamentos para pacientes mais maduros, além de fazerem comparações entre homens e mulheres.
Um plano para prevenção deve avaliar o estilo de vida e as características da pele da paciente“Não há muita informação disponível que nos indique quando é apropriado começar a tratar esses pacientes. Nós geralmente iniciamos o tratamento quando eles já estão notando as linhas, as rugas e as dobras”, disse a Dra. Sabrina Fabi, uma das palestrantes. “Mas, na verdade, nós usamos a fisiopatologia do envelhecimento como um plano para começar a realizar esses procedimentos mais cedo.”
Esse início precoce do tratamento pode partir do uso de neuromoduladores e de uma avaliação anatômica individualizada, disse a Dra. Shannon Humphrey, professora clínica adjunta de dermatologia da University of British Columbia.
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Ela analisou um estudo feito com a toxina botulínica tipo A e concluiu que esse é o “padrão ouro no tratamento temporário para a redução dinâmica de rugas”. A toxina faz uma regulação ascendente do colágeno, aumenta a maleabilidade e a retração elástica da pele, previne rugas acentuadas e melhora a qualidade da pele.
No entanto, é importante observar que o veículo e a embalagem do cosmecêutico determinam, em última análise, a eficácia desses ingredientes ativos.
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Filtros solares com proteção alta e de amplo espectro contra os raios UVA podem ajudar a evitar lesões hiperpigmentadas, o escurecimento geral da pele e a coloração irregular, segundo a Dra. Zheng.
Por mais relevantes que sejam, esses tratamentos devem ser usados como componentes de um plano, afirmou a Dra. Heidi A. Waldorf, professora clínica adjunta do Hospital Mount Sinai e dermatologista em Nanuet, estado de Nova York. Uma parte importante desse plano é não mudar o visual geral do paciente, mas transformá-lo em uma versão mais jovem de si mesmo.
O plano começa pela avaliação de questões de estilo de vida – se o paciente fuma, por exemplo, ou se existe muita oscilação de peso, disse a Dra. Waldorf. Também há que se priorizar as características da pele: cor, textura, tônus/ flacidez/redundância e volume/ proporção.
Quando um plano é desenvolvido, o dermatologista deve definir quais procedimentos serão usados, o custo e o tempo envolvido. Por fim, tudo deve ser documentado, incluindo fotos e uma discussão.
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A pele negra, por exemplo, tem mais melanina, o que propicia proteção contra a luz ultravioleta, mas a despigmentação pode ser uma complicação após procedimentos cosméticos, segundo ele. Além disso, quem tem pele escura tem 15 vezes mais probabilidade de formar queloides do que quem tem a pele clara.
A Dra. Susan H. Weinkle, professora clínica afiliada de dermatologia na Universidade do Sul da Flórida, enfocou o tratamento de pacientes idosos que já apresentam rugas significativas e tiveram cânceres de pele por exposição aos raios UV.
As demandas desses pacientes variam a cada década de vida, de modo que os tratamentos precisam ser ajustados a cada idade e estilo de rosto, disse a Dra. Weinkle. Os pacientes em processo de envelhecimento também podem precisar de tratamentos em outras regiões além do rosto e do pescoço, como as mãos.
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Embora grande parte do foco tenha sido no tratamento de mulheres, o Dr. Terrence Keaney, professor clínico adjunto de dermatologia da Universidade George Washington, deu ênfase aos homens, que envelhecem mais rapidamente do que as mulheres. Eles se preocupam mais com o contorno do couro cabeludo, os olhos e o contorno da mandíbula, contou o médico, acrescentando que os homens necessitam de uma abordagem específica para seu gênero, diferente da aplicada às pacientes mulheres.
Outras tecnologias que se mostraram efetivas, explicou ele, são os dispositivos fracionários ablativos e não ablativos, dispositivos de indução percutânea por microagulhas e lasers de picossegundos, além de radiofrequência e ultrassom para enrijecimento da pele.
(Com reportagem da AAD)