Conheça a mulher de 25 anos que criou o Museu do Sorvete

6 de junho de 2017

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No Museu do Sorvete, no centro de Los Angeles, por um ingresso de US$ 29 (o equivalente a R$ 94) os visitantes têm acesso a diversas instalações de arte, como uma sala cheia de esculturas gigantes feitas de picolé que parecem estar derretendo pelas paredes. O local também permite que o público experimente sorvetes artesanais da Califórnia, de sorveterias como McConnel’s e Coolhaus, e até mergulhe em uma piscina cheia de confeitos de plástico.

O projeto de Maryellis Bunn, uma californiana de 25 anos, surgiu pela primeira vez em Nova York, de maneira temporária, no último verão norte-americano. Os ingressos para os 45 dias esgotaram-se rapidamente e o museu encerrou suas atividades com 200 mil pessoas na lista de espera. Na unidade de Los Angeles, visitada por Beyoncé e Jay-Z, Katy Perry e Gwyneth Paltrow no último Dia das Mães, os ingressos estão esgotados até 15 de agosto (data de previsão de encerramento).

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Entre os patrocinadores da iniciativa estão a American Express e o Tinder. O museu cobra US$ 180 mil (R$ 583 mil) para servir de palco para eventos privados de um dia. A receita com a venda de ingressos superou os US$ 6 milhões (R$ 19 milhões). Na entrevista a seguir, Maryellis Bunn descreve como criou o projeto, como se sente em relação ao sucesso e quais os seus planos.

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Maryellis Bunn e Manish Vora, criadores do Museu do Sorvete, na piscina de confeitos

FORBES: Como você teve a ideia de criar um museu do sorvete?
Maryellis Bunn: Eu estava tendo uma série de conversas sobre como conectar-se com o público millenial em um espaço experimental. Eu pensava que não havia nada de novo para fazer em Nova York.

FORBES: Como você pode dizer que não há nada novo para fazer em Nova York?
Maryellis: Nova York tem instituições que estão lá desde sempre, mas não há nada novo.

FORBES: Por que criar um museu?
Maryellis: Quando eu estava procurando por um nome, “museu” era algo que as pessoas entendiam facilmente.

FORBES: E como você decidiu o que o museu exibiria?
Maryellis: Eu mesma desenhei todas as salas. Muitas das ideias eram sonhos que eu tinha na infância. Eu cresci perto do mar e eu sempre achei que seria incrível se ele fosse cheio de confeitos e se eu pudesse nadar neles.

FORBES: Como você financiou sua locação em Nova York?
Maryellis: O meu sócio é Manish Vora, proprietário do Light Box, um espaço para eventos em Nova York. Nós dois pessoalmente colocamos dinheiro na empresa. O sorvete é doado e nós temos marcas parceiras. Em Nova York, trabalhamos também com o Tinder. Você responde a uma série de perguntas e adquire o seu próprio perfil de sorvete.

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FORBES: Então o Tinder pagou para ser seu patrocinador?
Maryellis: Sim. Eu pensei que, se em vez de as marcas comprarem espaço para publicidade digital eu criasse uma experiência, poderia entregar mais retorno.

FORBES: E isso aconteceu?
Maryellis: Em Los Angeles, todos os visitantes são presenteados com um chocolate Dove. Quem receber um com embalagem dourada, ganha como prêmio uma caixa de chocolates. A Dove percebeu um aumento de 9% nas vendas no primeiro mês.

FORBES: Como você promoveu o museu em Nova York?
Maryellis: Nós enviamos um único release para a imprensa e, em três dias, havíamos vendido todos os ingressos.

FORBES: A publicidade está grande. Você ficou surpresa?
Maryellis: Ontem recebi vários emails de pessoas em Abu Dhabi e no Japão que querem um Museu do Sorvete.

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FORBES: Ao olhar para sua trajetória, identifica erros em algum momento da operação?
Maryellis: O dia da inauguração em Nova York, com entrada gratuita, foi um desastre. Eu cheguei lá de manhã e havia gente dormindo em frente à porta. Eu dei um sorvete a todos e mandei emails às pessoas que não puderam entrar oferecendo ingressos gratuitos para uma outra data.

FORBES: O que você fará quando fechar o museu em Los Angeles?
Maryellis: Eu espero abrir em San Francisco e Miami até o fim do ano e criar uma unidade permanente em Nova York, com um restaurante e um spa. Também quero criar um hotel em Las Vegas com um museu dentro.

FORBES: Como você pretende financiar tudo isso?
Maryellis: Por meio da venda de ingressos e de patrocínios. Além disso, nós temos uma equipe trabalhando no desenvolvimento de experiências que o público poderá levar para casa. Estamos também no processo de criar nossa própria marca de sorvetes. Mas a nossa base é criar experiências.

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