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Os demais sócios da família (as irmãs Valére, Vanessa e Vivianne Batista e o pai José Batista Sobrinho) deixaram de constar na composição acionária da companhia, atualizada em Formulário de Referência apresentado espontaneamente à CVM no dia 31 de maio – mesmo dia do acordo de leniência. O Formulário de Referência é o principal documento de informações das companhias abertas e costuma ser periodicamente atualizado.
Até a última semana, a J&F Investimentos – dona de 42,41% da JBS via FB Participações – tinha sua estrutura societária composta por empresas de participações pertencentes ao fundador, José Batista Sobrinho, e suas três filhas, além dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Ou seja, seis membros da família dividiam o naco acionário da holding controladora da JBS.
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De acordo com a nova composição protocolada na CVM, a J&F Investimentos passou a ter como acionistas apenas empresas pertencentes a Joesley e Wesley Batista, que fizeram acordo de delação premiada e garantiram imunidade completa.
ACIONISTA MISTERIOSO
Outra mudança recente na estrutura societária da J&F (e, portanto, da JBS e demais empresas do grupo) é a troca de titularidade dos acionistas da Blessed, uma empresa estrangeira que consta entre os sócios da J&F.
Até o Formulário de Referência do dia 23 de maio, a Blessed aparecia como pertencente a duas companhias estrangeiras: Lighthouse Capital Insurance (50%), com sede em Cayman, e US Commonwealth Life (50%), baseada em Porto Rico (EUA). Como acionistas destas companhias, constavam os estrangeiros Colin Murdoch Muirhead, James Walker, Paul Backhouse e Nicholas Ferris.
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Durante muitos anos, a Blessed foi considerada um sócio oculto da JBS e pivô de intensa especulação, envolvendo, inclusive, a família do ex-presidente Lula.