99% de ex-atletas da NFL analisados têm problemas cerebrais

26 de julho de 2017
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A encefalopatia crônica traumática é relacionada ao tipo de choque entre cabeças que é parte do esporte (Getty Images)

Os cérebros de 99% de ex-jogadores da Liga Nacional de Futebol Americano dos Estados Unidos (NFL) analisados mostraram sinais de uma doença ligada a pancadas repetidas na cabeça que pode levar à demência, informou uma pesquisa publicada em um jornal médico nesta terça-feira (25).

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As descobertas foram baseadas na análise mais ampla até o momento dos cérebros de ex-jogadores de futebol americano por sinais de encefalopatia crônica traumática. A condição, também conhecida como CTE (na sigla em inglês), é relacionada ao tipo de choque entre cabeças que é parte do esporte, embora a NFL e as ligas estudantis estejam ajustando os jogos em anos recentes para limitar pancadas na cabeça.

“Os dados sugerem que há uma relação muito provável entre exposição ao futebol americano e risco de desenvolvimento da doença”, disse Jesse Mez, professor assistente de neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston, que foi o autor-chefe do estudo publicado no Jornal da Associação Médica Americana.

Os pesquisadores estudaram os cérebros de 202 ex-atletas que jogaram futebol americano na NFL, na Liga Canadense de Futebol Americano ou em nível colegial ou universitário e encontraram sinais de CTE nos cérebros de 110 de 111 ex-jogadores da NFL.

A condição, que atualmente só pode ser diagnosticada após extração de tecido cerebral de uma pessoa morta, foi diagnosticada em ex-jogadores como Junior Seau, membro do Hall da Fama, e Dave Duerson. Ambos cometeram suicídio.

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Os pesquisadores ressaltaram que o estudo possuía limitações, incluindo que os cérebros dos analisados foram doados por suas famílias, que tinham maior probabilidade de participar do estudo caso os jogadores tivessem indicado sintomas da CTE.

Eles também observaram que os sintomas comportamentais de CTE, incluindo depressão, ansiedade e perda de memória, foram relatados em indivíduos cujos cérebros apresentaram pouco sinal de dano e sugeriram que outros fatores, incluindo abuso de substâncias, pudessem contribuir para a condição.

A NFL, que no ano passado prometeu US$ 100 milhões para pesquisas neurológicas, disse que o estudo ajudaria a liga e os jogadores a entender a condição.