Guerras robóticas: cirurgia de joelho é novo campo de batalha

7 de julho de 2017
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As empresas de tecnologia prometem procedimentos mais rápidos e resultados melhores em operações (Reprodução)

As principais empresas de tecnologia médica do mundo estão se voltando para robôs para ajudar nas complexas cirurgias de joelho, prometendo procedimentos mais rápidos e resultados melhores em operações que, frequentemente, deixam os pacientes insatisfeitos.

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A demanda por articulações artificiais está crescendo rapidamente, com geração do pós-Segunda Guerra sofrendo com o desgaste de joelhos e quadris, mas nos últimos 15 anos as empresas não conseguiram atingir um avanço tecnológico que permita conquistar uma parcela significativa do mercado.

A Stryker, sediada nos EUA, e a britânica Smith & Nephew acreditam que isto está prestes a mudar, com os robôs se apresentando como um avanço. Eles devem significar menos trauma para os pacientes e recuperações mais rápidas, embora ainda precisem ser testados em estudos clínicos definitivos.

Cada robô pode chegar a custar US$ 1 milhão

Fares Haddad, um cirurgião consultor nos hospitais da University College, em Londres, é um dos primeiros no Reino Unido a utilizar os novos robôs e tem ficado impressionado. No entanto, ele concorda que os planos de saúde precisam de dados conclusivos para provar que eles valem o investimento, que pode ser de até US$ 1 milhão para cada robô. “A principal razão para usar um sistema robótico é melhorar a precisão e ser capaz de atingir muito precisamente um alvo que varia de paciente para paciente”, ele disse. “Isso é particularmente útil nos joelhos porque eles são mais problemáticos (que os quadris) e há muitos pacientes que não estão tão satisfeitos quanto gostariam com suas próteses de joelho.”

As empresas ortopédicas esperam seguir o exemplo de sucesso da Intuitive Surgical, uma pioneira das cirurgias robóticas em hospitais, e que agora tem mais de 4 mil de suas máquinas ‘da Vinci’ instaladas ao redor do mundo, para executar procedimentos como remoção de próstata, reparo de hérnias e histerectomias.

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A Stryker está liderando a corrida com seu braço robótico Mako, uma plataforma que adquiriu por US$ 1,65 bilhão em 2013 e que é pioneira em cirurgias totais de joelhos assistidas por robôs, ao determinar o melhor posicionamento e ajudar com o corte do osso.

Mas a empresa enfrenta competição de rivais menores como a Smith & Nephew, que lançou, na semana passada, um produto chamado Navio para substituições completas do joelho nos Estados Unidos. O grupo britânico comprou a empresa por trás do Navio por US$ 275 milhões em 2016.

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Isto desencadeou uma disputa fervorosa, já que ambas as empresas podem agora fazer substituições totais do joelho, que representam a vasta maioria dos procedimentos nesta parte do corpo.

O Mako, que usa apenas articulações e implantes da Stryker, custa cerca de US$ 1 milhão para ser instalado, enquanto o Navio, que não tem tantas ferramentas e não opera exclusivamente com produtos da Smith & Nephew, sai por menos da metade do preço.

Ambas as empresas acreditam que seus robôs as ajudarão a capturar uma parcela maior do mercado ortopédico, que foi dividido entre quatro grandes grupos por mais de uma década.