Inteligência artificial: previsões para 2018

9 de janeiro de 2018

Ainda está muito distante a era em que ela será capaz de substituir completamente os seres humanos em seus empregos (iStock)

O ano que acabou de terminar foi um divisor de águas para a inteligência artificial, não apenas em relação ao avanço da tecnologia em si, mas também da evolução do nosso entendimento sobre seu impacto na sociedade. Por isso, FORBES elaborou algumas previsões sobre dois tópicos que se tornarão os focos primários da inteligência artificial em 2018.

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Algoritmos irão mudar a maneira como trabalhamos

Quando se fala em inteligência artificial, é comum pensarmos imediatamente na crença de que ela acabará com certos tipos de emprego, como o de caixa ou os serviços de limpeza. No entanto, nós ignoramos o fato de que essa tecnologia também vai permear lentamente a maior parte de nossas vidas profissionais.

Isso pode ser chamado de distinção entre “IA” e “AI”: inteligência artificial versus aumento da inteligência (das siglas em inglês). Apesar dos avanços no desenvolvimento da tecnologia conquistados em 2017 e que continuarão em 2018, ainda está muito distante a era em que ela será capaz de substituir completamente os seres humanos em seus empregos. No entanto, está muito perto o momento de realmente presenciar o impacto da inteligência artificial ao permear quase todos os trabalhos e provocar um aumento da inteligência humana.

Em praticamente todas as profissões há algumas partes que requerem tarefas repetitivas ou reconhecimento de padrões que poderiam ser delegados a alguém sem tanto conhecimento do contexto e criatividade. No caso dos médicos, por exemplo, a IA será, em breve, capaz de detectar e diagnosticar doenças comuns mais rapidamente e precisamente do que os humanos. Computadores poderão ler o histórico de um paciente, os resultados de exames e monitoramentos, e apresentar aos médicos vários diagnósticos e a probabilidade de cada um deles estar correto. Assim, os profissionais da saúde poderão gastar mais de seu tempo na interpretação dos possíveis diagnósticos, comunicando-se com os pacientes e desenvolvendo planos de tratamento únicos e sustentáveis que sejam mais efetivos para cada pessoa.

Um mundo em que os médicos serão substituídos pela inteligência artificial (se isso um dia chegar a acontecer) está muito distante. Porém, um mundo em que os médicos serão mais eficientes com a ajuda da IA está próximo. Em casos como este, a tecnologia não está substituindo o trabalho de ninguém – ela está simplesmente permitindo que as pessoas façam seu trabalho de maneira melhor.

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IA será objeto de maior fiscalização

A inteligência artificial é incrivelmente poderosa, e sua adoção só será acelerada à medida em que ela começar a aumentar nosso trabalho e permitir que foquemos nas partes mais importantes dele. Mas parte do motivo de a IA ser tão atraente é também a razão de ela ser tão perigosa.

Os algoritmos são desejáveis por sua habilidade de tomar decisões bem informadas de forma rápida e acurada. Mas esse mesmo poder também permite que os algoritmos que estão tomando decisões erradas façam isso com mais velocidade e impacto mais generalizado do que os humanos jamais foram capazes de fazer. Há um potencial para conjuntos de dados homogêneos produzirem algoritmos tendenciosos capazes de tomar decisões importantes sobre as vidas das pessoas.

É por isso que, à medida a IA se tornar mais prolífica em 2018, ela também se tornará mais fiscalizada. Infelizmente, nós ainda enfrentaremos algumas experiências que mostram o que acontece quando a tecnologia não é auditada. No entanto, 2018 será o ano em que as empresas que adquirirem produtos de inteligência artificial não perguntarão apenas sobre o poder de previsão de um algoritmo – elas vão exigir que os algoritmos sejam testados com antecedência, minimizando seu potencial impacto inesperado.

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