Por que o delivery on-line tem se provado um bom negócio

11 de janeiro de 2018
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Nos EUA, já há testes com delivery por meio de drone (iStock)

Os tempos nunca sopraram tão a favor dos serviços de entrega a domicílio. Segundo pesquisa da BOX1824, consumidores querem, cada vez mais, otimizar o tempo, e começam a valorizar a experiência gastronômica, tal como quando vão a um restaurante. Um exemplo disso foi o aumento do número de pedidos em datas comemorativas como o Dia dos Namorados.

De olho nesse mercado, tem crescido o número de startups que investem em delivery, com um grande leque de opções em um único lugar. Esforços tecnológicos para isso não faltam.

Ser um agregador de opções também ajuda a fidelizar o consumidor, que busca facilidade na internet

“Empresas como Starbucks e Domino’s já testam drones como ferramentas de delivery. Nos EUA, novos modelos de negócio surgem como o Eatsa, um restaurante 100% automatizado”, diz Leonardo Paiva, consultor de negócios do Sebrae/SP.

“O Brasil é o maior mercado de entrega de comida da América Latina”, conta Gabriela Manzini, porta-voz do Uber Eats no Brasil. “O app foi lançado em alguns bairros de São Paulo em dezembro de 2016 e, um ano depois, já estava em Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.”

Outro case de expansão rápida é o iFood. Em outubro de 2017, a empresa alcançou 5 milhões de usuários ativos na plataforma e 6,2 milhões de pedidos mensais na América Latina e fechou o ano com 180% de crescimento.

“Se pensar que o iFood não tem nenhum restaurante e é só um catálogo de venda de comida, podemos fazer uma analogia com as Páginas Amarelas de antigamente. A grande diferença entre eles está na possibilidade de ser escalável e mensurável”, diz Alexandre Marquesi, doutor em comunicação e professor da pós-graduação da ESPM-SP.

Ser um agregador de opções também ajuda a fidelizar o consumidor, que busca facilidade na internet. “Vivemos atualmente em um mundo disperso, onde a quantidade de novas empresas, marcas e produtos aumenta de maneira quase que exponencial. Quando você consegue ter um instrumento que facilita sua vida, a possibilidade de você deixar de usar essa interface e ir para algo novo reduz muito”, explica Roberto Kanter, especialista em marketing e professor de MBA na Fundação Getúlio Vargas.

A lealdade do cliente é um dos ativos mais importantes nos negócios, por isso, a concorrência no mundo dos aplicativos de delivery não para de crescer.

No Brasil desde maio de 2016, a startup James Delivery foi além nas ofertas de entrega e optou por um serviço de concierge. “Pensamos: e se o delivery não fosse do restaurante, da pizzaria, do supermercado, mas fosse meu?”, conta Lucas Ceschin, que ao lado de mais três sócios criou a startup.

Também com as fichas no serviço de concierge, a Rappi iniciou suas operações em 2015 na Colômbia. Fundada pelos colombianos Símon Borrero, Sebastian Mejiá e Felipe Villamarin, a startup passou, em 2016, por um processo de aceleração no Y Combinator, a mais importante incubadora de startups do mundo. Por aqui, a empresa começou a operar em julho do ano passado.

O impacto da inovação das startups de delivery, claro, também é sentido pelos restaurantes. Um exemplo disso é o paulistano Hi Pokee. “Atendiamos de 15 a 30 pessoas diariamente e passamos a servir mais de 400, entre almoço e jantar, após adotar soluções de delivery on-line”, conta Lucas Mattara, sócio do restaurante, que tem planos de lançar uma plataforma própria na internet no ano que vem.

Segundo o iFood, em 2017, a empresa movimentou 4 bilhões de reais em negócios para os restaurantes parceiros e teve mais de 210 restaurantes com faturamento acima de 1 milhão de reais dentro da plataforma.

Todo esse cenário mostra que estamos diante de algo que se pode chamar de delivery “Omnichannel”, uma tendência do varejo que se baseia em convergir todos os canais utilizados por uma empresa, o que faz com que consumidor não veja diferenças entre o mundo online e o mundo off-line, cada dia mais integrados e indissociáveis.

 

Rodrigo Bruno Nahas é advogado, especialista em Direito da Inovação, pós-graduado em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, com passagem pela Universidade de Edimburgo – UK.

Eduardo Barbato é idealizador do Hackerspace3. Cursou Singularity University, com especialização no MIT, dentro em Ecossistema de Inovação.

 

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