Teoria diz que Elizabeth II é descendente de Maomé

13 de abril de 2018
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Não é a primeira vez que a aparentemente absurda conexão estampa as notícias.

A linhagem da casa real inglesa tem séculos de história e inclui entre seus antepassados influentes reis, duques, condes e dignitários do Sacro Império Romano. Mas há uma teoria particularmente fascinante que diz respeito à herança genética da monarca de 91 anos Elizabeth II: de acordo com uma hipótese recuperada há alguns dias pelo jornal marroquino “Al Ousboue”, a rainha da Inglaterra seria a última descendente do profeta Maomé, o fundador do Islã. A história acabou recebendo ênfase nos principais jornais britânicos, do “Daily Mail” ao “Daily Express”.

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Com base em uma árvore genealógica que inclui mais de 40 gerações, a publicação semanal escreveu que conseguiu provar a ligação direta entre a rainha Elizabeth do Reino Unido – chefe da igreja anglicana – e o profeta de Meca, o que seria também uma oportunidade para construir “uma ponte entre as duas religiões”.

Não é a primeira vez que a aparentemente absurda conexão estampa as notícias: em 1986, a “Burke’s Peerage”, uma publicação de prestígio que tratava da genealogia dos aristocratas, percorreu em retrospectiva a linhagem da coroa inglesa, chegando até os reis muçulmanos que governavam a Espanha na era medieval e, deles, a Maomé, que morreu no século 7 onde hoje é a Arábia Saudita. Então Harold Brooks-Baker, especialista em assuntos da realeza e responsável pela “Burke’s”, escreveu a Margaret Thatcher que “são poucos os britânicos que sabem que o sangue de Maomé corre nas veias da rainha”.

A peça mais importante da teoria é uma princesa muçulmana do século 6, Zaida de Sevilha, que depois se converteu ao cristianismo para se tornar esposa do rei Afonso VI de Castilla. Porém, segundo um artigo publicado no site “History”, não há certeza sobre a ligação de parentesco entre Zaida e Maomé, dada como certa tanto pelo jornal marroquino quanto por Brooks Baker. Ele, inclusive, era conhecido por suas afirmações bombásticas sobre a família real: quando morreu, em 2005, o jornal “Telegraph” escreveu que “sempre, que possível, fez comentários capazes de surpreender, porém frequentemente errados”.

Assim, apesar de o ulemá do Egito Ali Gomaa ter aceitado a revelação, desejando paz e serenidade a Elizabeth II, o mistério do parentesco entre o islamismo e o anglicanismo está longe de ser resolvido.