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Poucas semanas depois desse encontro, porém, o presidente americano Donald Trump sacudiu o mundo ao dizer que “as guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar”, após anunciar tarifas sobre importação de aço e alumínio, desencadeando quedas nos mercados acionários mundiais e recebendo inúmeras críticas. Alegando desvantagens comerciais, numa canetada Trump desconsiderou regras comerciais claras, objetivas e equilibradas.
Azevêdo expressou preocupação com aquela intervenção pouco comum de um membro da organização. Como apontou a professora Maristela Basso, “com mão autoritária e sem respaldo em regras (domésticas e internacionais) capazes de sustentar tamanha arbitrariedade, o presidente Trump elevou as taxas de importação”.
No campo jurídico, as ações de Trump podem ser questionadas nos organismos internacionais. A expectativa é de que as divergências comerciais sejam tratadas tecnicamente no mecanismo de controvérsias da OMC, sem contaminar as relações políticas e diplomáticas entre os países.
É bem verdade que, depois de alguns dias, o presidente americano suspendeu a sobretaxa para o alumínio e o aço do Brasil. Mas o sinal amarelo já está piscando para outras invertidas no comércio mundial.
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Tenho cá para mim que nosso agronegócio é um exemplo para esse desafio mundial. É um setor preparado para atender ao mercado aqui e lá fora, com alta produção e avançada tecnologia. Obviamente, não está imune a barreiras e sanções externas. Mas se impõe por sua competitividade e por sua enorme contribuição no PIB do país, sendo por isso considerado o mais importante para a retomada da economia nacional. Os números são exemplares: de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor representa 48% das exportações do país e é o que mais gera renda. A expectativa para 2018 é que o agronegócio tenha uma participação igualmente forte.
Internamente, para se proteger de práticas adversas, as empresas podem recorrer ao uso de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguardas – mecanismos regulamentados no âmbito internacional pela OMC. Lá fora a competição é outra, com regras que podem ser até mudadas unilateralmente. Por isso, é preciso reduzir riscos, promover eficiência e produtividade, atender a regulamentações que evoluem de maneira extremamente dinâmica e consolidar uma imagem de estabilidade e solidez.
Coluna publicada na edição 58, lançada em abril de 2018