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A década de 1990 foi de extrema importância para o varejo: em 1991, tivemos a abertura das importações e, em 1994, o Plano Real. Os dois eventos causaram profunda transformação na dinâmica do setor. Em geral, até ali, as empresas estavam mais preocupadas com o gerenciamento do caixa, com o recebimento e pagamento de fornecedores, com os ganhos financeiros. Não olhavam com a devida atenção para sua ineficiência operacional e menos ainda para a ponta da cadeia: o consumidor.
Esse era o cenário no começo de minha carreira em cargos de liderança, iniciada na rede de lojas de conveniência 7-Eleven. Atuando no Brasil, mas imersa na cultura gerencial norte-americana e inserida nos ares da revolução tecnológica que sacudia o mundo, era bonito acompanhar “de dentro” toda essa transformação acontecendo e fazer parte dela.
Tive, assim, a primeira oportunidade de mostrar meus conhecimentos em finanças, embora o board (gerentes, diretores e presidente) fosse totalmente constituído por homens. Não escapei da “regra” que estipula salários menores para mulheres (mais de 20% inferiores aos dos homens na mesma função). Por outro lado, tinha consciência de que apenas 15% das mulheres alcançam cargos executivos em grandes corporações. Assim, mantive o foco no crescimento, da empresa e no meu próprio.
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Dessa experiência, pude tirar grandes lições: conheci o imenso desafio que é transplantar modelos de negócio e estilos de gestão entre culturas tão diferentes e vi que as atitudes machistas e preconceituosas estão em toda parte, em todos os níveis.
Existem milhares de outras dificuldades, obstáculos e batalhas, pessoais, profissionais, conjunturais. Cada gestor sabe exatamente quais são os inimigos que rondam o seu negócio.
Se posso dar um conselho para quem administra um negócio, é esse: a melhor atitude é manter o foco e escolher as batalhas certas. Não espere a onda chegar antes de agir, é naufrágio na certa. Antecipe-se. Seja protagonista da sua história.