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O caso do zelador de escola Dewayne Johnson foi o primeiro processo a ser julgado que afirma que o glifosato causa câncer. A Monsanto, uma unidade da Bayer, adquirida pelo conglomerado alemão por US$ 62,5 bilhões, enfrenta mais de 5000 processos semelhantes nos Estados Unidos.
A empresa deve pagar US$ 39 milhões como compensação e US$ 250 milhões como punição.
Em nota, a Monsanto disse que apelará da decisão. “A decisão de hoje não muda o fato de que mais de 800 estudos científicos apoiam o fato de que o glifosato não causa câncer, e não causou o câncer do Sr. Johnson”, disse a companhia.
A Monsanto nega que o glifosato, o herbicida mais usado do mundo, cause câncer, dizendo que décadas de estudos científicos comprovam que o pesticida é seguro.
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Um ex-funcionário encarregado pelo controle de pragas no sistema escolar de um condado da Califórnia, Johnson, 46 anos, aplicava o pesticida até 30 vezes ao ano.
Brent Wisner, advogado de Johnson, disse em nota que os membros do juri, pela primeira vez, haviam tido acesso à documentos da empresa que “provam que a Monsanto sabe por décadas que o glifosato, e especificamente o Roundup podem causar câncer”. Ele pediu que a Monsanto “ponha a segurança do consumidor antes do lucro”.
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA concluiu em setembro de 2017 uma avaliação extensa sobre os riscos do glifosato e declarou que a substância provavelmente não é carcinogênica a seres humanos. Mas o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estuda a doença classificou o glifosato em 2015 como “provavelmente carcinogênico para seres humanos”.