Por que a IGTV pode mudar a forma como assistimos à televisão

19 de setembro de 2018
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A IGTV ainda está em estágio inicial, e ganha usuários a cada dia.

O Instagram tem sido proativo em lançar produtos que desafiem diretamente seus concorrentes. O seu mais recente esforço para ampliar participação no mercado, a IGTV, no entanto, tem conquistado mais burburinho e dúvidas de criadores, usuários e anunciantes, que outra coisa.

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A IGTV ainda está em estágio inicial, e ganha usuários a cada dia. À medida que a base de seguidores aumentar, ela se tornará uma forte candidata para definir a forma como a televisão será consumida pelas gerações futuras.

O que é IGTV?

Como disse o Instagram em um comunicado de imprensa, a IGTV é “um novo aplicativo para assistir a vídeos verticais de formato longo” na rede social. Você pode tanto baixar o aplicativo como ver os vídeos no Instagram sem fazer download. Nesse espaço digital, é possível produzir — e consumir — vídeos de até uma hora.

Um dos aspectos ​​da nova plataforma que mais chamam a atenção é o fato de os vídeos serem produzidos na vertical. Outras plataformas, como o YouTube e o Facebook, trabalham com o formato horizontal, exigindo que os usuários deitem os smartphones para obter melhor visualização.

Na IGTV, como no Youtube e no Facebook, qualquer um pode ser criador. Para vídeos de uma hora, no entanto, é preciso, ao menos neste início, ter 10 mil seguidores ou mais.

Quem está na IGTV?

Como a IGTV acaba de chegar, o Instagram tem feito uma forcinha para rechear sua base: o site pressiona seus principais influenciadores para que migrem ou coloquem conteúdo na plataforma. O consumidor de mídia social é um ser ansioso pelo próximo post do seu influenciador favorito. Com as crianças, isso é ainda mais forte: se precisarem fazer o download de outro aplicativo gratuito, provavelmente não verão nisso um problema.

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Uma análise da base inicial de usuários de uma plataforma é algo bastante interessante. Entre os primeiros a aderir, há em geral uma pequena explosão de inovadores (2,5% da população). Mas, conforme a popularidade do produto cresce, os primeiros adotantes (13,5% da população) virão em grupos.

E adivinhe quem são esses primeiros adotantes e inovadores. Millennials, é claro. Para marcas que descobriram que seu público-alvo passa muito tempo no Instagram, a IGTV pode ser uma boa notícia. Além disso, há hoje uma tendência hoje de vídeos mais longos. Os consumidores se mostram dispostos a consumir um conteúdo longo, desde que adequado a eles. Há vídeos populares no YouTube com até 30 minutos de duração. É uma oportunidade e tanto para influenciadores e anunciantes criarem uma — sem trocadilho — conexão mais profunda com seus clientes e possíveis consumidores.

O Instagram apostou nesses dois aspectos e parece ter acertado. A rede social tem visto seus usuários inovadores fazerem uma transição fácil para o novo aplicativo, ao seguir as contas que eles já acompanhavam na mídia social.

IGTV x criadores

Quando o Instagram anunciou seu novo aplicativo de vídeo, muitos foram rápidos em associar a plataforma ao seu homólogo horizontal, o YouTube. O Instagram de fato pensou a IGTV como ferramenta para criadores de conteúdo, inovadores, vloggers e criativos, um público para o qual o YouTube oferece monetização e recursos.

YouTubers populares, estrelas do Vine e outros criadores vinham usando o Instagram para publicar vídeos desde que a rede estendeu a duração para 60 segundos em 2016. Postar um vídeo personalizado de 60 segundos no Instagram pode ser útil, considerando os resultados obtidos e o alcance total — vale lembrar que também é possível fazer posts publicitários na rede social. Mas a IGTV, pelo formato longo, exigirá que os criadores invistam mais tempo, trabalho e criatividade. E isso nos leva à pergunta fatal: como a IGTV recompensará financeiramente os seus postadores de conteúdo?

Na videoconferência anual VidCon, realizada em junho na Califórnia, o executivo de desenvolvimento de parceiros estratégicos do Instagram, Jackson Williams, antecipou que a implementação de um programa de monetização deve sair até o final de 2018. Espera-se que seja algo melhor que o esquema do Youtube, que remunera e sustenta criadores, mas com taxas baixas de retorno, e com bastante crítica por isso.

Por ora, é esperar e acompanhar. Com o mundo conectado de hoje, o que a IGTV pode oferecer é ainda mais que monetização: uma plataforma que pode mudar a forma como assistimos TV para sempre.