OCDE reduz previsão de crescimento econômico global

20 de setembro de 2018
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Economia mundial se expandiu muito nos últimos anos e agora deve crescer em ritmo mais lento, diz OCDE

A expansão econômica global atingiu um pico diante das tensões comerciais e turbulências nos mercados emergentes, disse hoje (20) a Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE), após reduzir sua previsão anterior de crescimento mundial. A economia global está a caminho de crescer 3,7% neste e no próximo ano, ante 3,6% no ano passado. Em sua previsão econômica anterior, de maio, o fórum de políticas baseado em Paris previa um crescimento de 3,8% neste ano e de 3,9% em 2019, mas agora acredita que a expansão econômica já tenha chegado ao ritmo máximo desde que as últimas projeções foram feitas.

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A OCDE disse que o crescimento do comércio, o motor por trás do avanço global nos anos recentes, desacelerou neste ano para cerca de 3%, ante 5% em 2017, com tensões entre os Estados Unidos e seus maiores parceiros comerciais pesando sobre a confiança e investimentos. Vide a guerra comercial entre EUA e China.

“Encomendas de exportações começaram a diminuir e isso tem ocorrido por alguns meses. Isso significa uma desaceleração no crescimento do comércio que vai continuar”, disse a jornalistas a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone. “Nós estamos vendo o aumento do protecionismo reduzindo a nossa previsão.”

 

EUA seguem numa boa

Embora os Estados Unidos sejam a fonte destas tensões comerciais, a perspectiva econômica para os EUA foi a melhor entre as economias mais desenvolvidas da OCDE, graças a cortes de impostos e gastos do governo. A OCDE manteve a sua previsão para o crescimento dos EUA neste ano a 2,9%, mas reduziu sua estimativa para o próximo ano para 2,7%, ante 2,8%.

A organização disse que as tarifas de importação dos Estados Unidos estavam começando a ter impacto na maior economia do mundo, estimando que as tarifas já impostas elevariam os preços dos Estados Unidos em 0,3% a 0,4%.

Produtos específicos foram ainda mais afetados, com os preços nos EUA de máquinas de lavar saltando 20% entre março e julho, enquanto exportações de automóveis dos EUA para a China recuavam 40% ao longo de um ano.

Enquanto isso, a OCDE disse que uma moeda mais fraca até agora ajudou a China — que não é membro da OCDE — a absorver o impacto das tarifas mais altas dos EUA, mantendo sua previsão de crescimento inalterada a 6,7% neste ano e 6,4% no próximo ano.

A elevação das taxas de juros nos EUA e um dólar mais forte representam problemas para economias emergentes como a Argentina, Brasil e Turquia, disse a OCDE, reduzindo sua previsão para esses países.