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Lyra, que criou o projeto em 2011 e três anos mais tarde integrou a lista Under30 da FORBES, circula entre o empresariado com invejável desenvoltura. Seu carisma e oratória facilmente o colocariam entre os líderes de audiência de qualquer televisão.
Diverte ao contar sobre um caldo de sururu que o teria ajudado a engravidar sua mulher, Mayara. Choca ao convocar um rapaz de Alagoas que descreve sua infância: aos 9 anos, era alcoólatra e sua mãe o deixava literalmente amarrado dentro de casa para não ser cooptado pelo tráfico. Tudo entremeado com frases brilhantes que levavam o público a calorosos aplausos: “eu faço a ponte entre a favela e a Faria Lima”, “se o Elon Musk vai conseguir chegar a Marte, vai ser uma vergonha a gente continuar tendo favela” e “o próximo Bill Gates vai vir da comunidade”.
Esta última de suas tiradas, aliás, foi lembrada no palco pela presidente da Microsoft, Paula Bellizia, uma das muitas CEOs presentes. “Venho como amiga e admiradora”, afirmou. Uma sucessão de executivos dividiu com o anfitrião os holofotes, sempre com cheques polpudos: Roberto Vilela, da RV Ímola, entregou um de R$ 60 mil e Marcel Sacco, da Hershey’s, outro de US$ 50 mil.
A empolgação foi seguida de uma onda de doações vindas das mesas. A turma da 99, de carros compartilhados, ofereceu um ano de transporte de graça aos funcionários da Gerando Falcões, o empresário Carlos Sanchez, da EMS, se comprometeu a duplicar cada R$ 1 doado, até o limite de R$ 600 mil.
Que bom para o país que Lyra usa seus dons para uma causa tão bonita: oferecer atividades educativas, formação profissional e artística para uma parcela da população que, de outra maneira, dificilmente teria boas oportunidades. O dinheiro levantado vai ser, como nosso showman ongueiro diz, empenhado em construir pontes. Atualmente, o Gerando Falcões está em três comunidades (Poá e Vila Prudente, em São Paulo, e Vergel do Lago, em Alagoas), com 5705 familiares de alunos impactados. “Nossa meta é passar a atuar em trinta favelas e fazer diferença para 50 mil pessoas”, diz Lyra. É para aplaudir mesmo, não?